O Transporte Rodoviário de Cargas (TRC) é um dos setores da área produtiva mais importantes da economia paranaense. Perto de 80% de tudo que se produz no Paraná, é transportado pelo modal rodoviário. O setor que é formado por milhares de empresas transportadoras e emprega outras milhares de pessoas em todas as regiões do Estado, é responsável, sozinho, por mais de 6% do Produto Interno Bruto (PIB) estadual. 

Quem está a frente deste importante setor é o Sistema Fetranspar que, nesta quarta-feira, 19 de abril, completa 30 anos de atuação em defesa do transportador de cargas no Estado do Paraná. Entre as muitas atribuições da Federação das Empresas de Transportes do Estado do Paraná está justamente a representatividade dos empresários e de suas demandas em diferentes esferas e ou órgãos, tanto no âmbito estadual quando no nacional. Nos últimos anos, a Fetranspar vem acompanhando muitas pautas que afetam a vida de quem atua neste segmento. A greve dos motoristas autônomos em 2019, as idas e vindas do novo modelo de pedágio a ser implantado no Paraná e as recentes quedas de barreiras nas estradas que ligam ao Porto de Paranaguá são alguns dos assuntos que englobaram as pautas nos últimos tempos.

O Induscom conversou com o presidente do Sistema Fetranspar, Cel. Sérgio Malucelli sobre esses e outros temas relacionados ao setor. Confira abaixo como foi esse bate-papo. 

DI&C: A Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado do Paraná (FETRANSPAR) está comemorando 30 anos de atuação. Qual é o principal papel da instituição na atualidade?

A cada ano que passa, a Fetranspar se torna uma Instituição ainda mais forte no setor produtivo paranaense. Sua representatividade cresce a todo momento, dando suporte para que as empresas de transporte de cargas tenham suas demandas defendidas junto a diferentes órgãos, governos Estadual ou Federal ou que vejam suas demandas sendo discutidas junto a opinião pública e até mesmo dentro das casas legislativas. 

Os últimos cinco anos se passaram rapidamente. E foram intensos! Dos 25 anos comemorados pela Federação em 2018, ao alcançar seus 30 anos em 2023, parece que foram décadas de trabalho, tamanha a velocidade das atividades para todos que atuam no TRC. 

Hoje, trabalhar somente como Federação, para o setor já ficou algo pequeno. Crescemos e expandimos e agora congregamos muitas atividades complementares que fortalecem toda a área de transporte. Juntos com Sest Senat, Programa Despoluir, Sindicatos Associados e a AR Instituto, formamos um time de peso, que trabalha em conjunto e que nos leva a evoluir para o Sistema Fetranspar. 

DI&C: Quantos associados compõe a Fetranspar e qual a infraestrutura que a instituição disponibiliza?

A Federação está presente em todas as regiões paranaenses por meio dos seus 10 sindicatos associados. Também em todas as regiões possui unidades operacionais do Sest Senat, que leva serviços imprescindíveis nas áreas de formação profissional, saúde e qualidade de vida a profissionais do setor, bem como seus familiares. Ainda, o Programa Despoluir está presente dentro de empresas parceiras, contribuindo diretamente para que ações ambientais e sustentáveis estejam presentes no dia a dia das companhias e a AR Instituto Fetranspar contribui diretamente para que os serviços administrativos sejam agilizados por meio das facilidades do certificado digital. 

Ao chegar a seu trigésimo ano de vida, o Sistema Fetranspar é reconhecido como uma entidade que agrega valor ao setor de transportes devido ao trabalho estratégico realizado, permitindo a defesa do empresário do transporte de cargas em suas inúmeras necessidades. Hoje a Federação está presente em 23 órgãos e ou instituições em diferentes frentes, representando a categoria em assentos por decreto ou mesmo como convidada. Em cada uma dessas cadeiras, a Fetranspar fomenta e interage em debates importantes para o setor, resultando em uma presença ativa na vida política, social, ambiental e econômica do Estado.

DI&C: A BR-277, que sofreu deslizamentos no ano passado, segue trazendo transtornos aos usuários, motoristas e empresários. Qual a expectativa em relação a finalização das obras?

Essa é uma das pautas do momento. Os prejuízos causados pela falta de manutenção adequada na principal ligação da produção do Paraná ao Porto de Paranaguá já ultrapassam a casa dos R$ 500 milhões. Estamos acompanhando de perto esse problema e cobrando das autoridades e responsáveis agilidade na entrega das obras e um plano de manutenção preventiva da estrada para que novas ocorrências não venham a afetar ainda mais o setor produtivo paranaense que precisa do transporte rodoviário estadual para transportar suas mercadorias, até que a iniciativa privada volte a administrar o trecho.  

DI&C: Qual a opinião da Fetranspar sobre a questão do pedágio do Paraná?

Também foi em 2019 que alertamos o Governo Estadual sobre as possíveis consequências da finalização do pedágio sem que se tivesse um Plano B. Com o pedágio caro não dava mais para lidar. Contudo, não se poderia de um dia para o outro deixar as estradas sob administração estadual, que não tem recursos suficientes para dar conta de uma manutenção adequada. O pedido foi sempre que se pensasse em um plano o qual as rodovias pudessem ficar melhor assistidas, o que não ocorreu, visto o estado em que se encontra o desativado Anel de Integração. Participamos de todas as audiências publicas promovidas pela Assembleia Legislativa, levamos inúmeras sugestões para serem inseridas nos editais. Muitas delas aceitas, como o pedido para que a administração da rodovia BR-277 chegue até o ‘portão’ do Porto de Paranaguá, para que a tarifa seja em um valor justo entre inúmeras outras questões. Somente quem está 24h rodando por estradas consegue ter uma visão mais apurada. Esperamos que os editais possam iniciar seu tramite o mais breve possível para podermos virar essa página de nossa infraestrutura. 

DI&C: Quais os principais entraves para o sistema de transporte no Paraná?

Continuamos com uma infraestrutura que não corresponde a um dos principais estados produtores do Brasil. Hoje, contar com pistas simples de rodovias no interior, contar com apenas uma alternativa entre Curitiba e Litoral, falta de assistência a motoristas, ausência de balanças e de áreas onde motoristas possam descansar é incompatível com um Estado tão rico e próspero como o Paraná. Soma-se a isso ainda a insegurança tanto viária quando pública de que motoristas estão expostos diuturnamente. Esses são, sem dúvidas, nossas maiores preocupações no momento. 

DI&C: Quais as expectativas do setor e da instituição para os próximos anos?

Há 30 anos buscamos soluções para os mais diferentes desafios enfrentados pelo TRC. Estamos preparados para as inúmeras inovações que o futuro nos reserva, contribuindo para que as empresas de transportes sejam mais fortes e eficientes. Seguimos crescendo e expandindo. Juntos com Sest Senat, Programa Despoluir, Sindicatos Associados e AR Instituto, formamos um time de peso que fortalece ainda mais a representatividade do setor, permitindo agora que também trabalhemos de maneira sistêmica, atendendo a diferentes áreas e necessidades, e é por isso que chegamos ao trigésimo ano atuando como Sistema Fetranspar.

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