Setembro Amarelo: levantamento mostra 700 mil suicídios no mundo
09 de setembro, 2022
Você já deve ter ouvido falar da campanha Setembro Amarelo. Mas você sabe qual o objetivo dessa campanha?
A ação, trazida para o Brasil em 2014 – que tem como data símbolo o dia 10, o Dia Mundial da Prevenção ao Suicídio – visa a conscientização, a desmistificação e prevenção do suicídio. Em 2022, o lema é “A vida é a melhor escolha!” e diversas ações já estão sendo desenvolvidas.
Praticamente 100% de todos os casos de suicídio estão relacionados de alguma maneira com às doenças mentais que não são diagnosticadas ou tratadas da maneira correta. Portanto, muitos casos poderiam ter sido evitados caso o paciente tivesse recebido buscado ajuda profissional ou tivesse acesso ao tratamento psiquiátrico e informações de qualidade.
Setembro amarelo números
A última pesquisa realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2019, e divulgada no site da campanha Setembro Amarelo, mostrou o registro de 700 mil suicídios em todo o mundo, sem contar os episódios subnotificados, o que aumenta esse número para um milhão de casos. Entre os jovens de 15 a 29 anos, o suicídio foi a quarta causa e morte depois de acidentes no trânsito, tuberculose e violência interpessoal. Trata-se de um fenômeno complexo, que pode afetar indivíduos de diferentes origens, sexos, culturas, classes sociais e idades.
No Brasil, os registros se aproximam de 14 mil casos por ano, ou seja, em média 38 pessoas cometem suicídio por dia. Desse total, cerca de 96,8% estão relacionados a transtornos mentais, como por exemplo, depressão e transtorno bipolar. No Brasil, 12,6% por cada 100 mil homens em comparação com 5,4% por cada 100 mil mulheres, morrem devido ao suicídio. As taxas entre os homens são geralmente mais altas em países de alta renda (16,6% por 100 mil). Para as mulheres, as taxas de suicídio mais altas são encontradas em países de baixa-média renda (7,1% por 100 mil).
Esse cenário preocupante serve de alerta para que a saúde mental seja um tema importante para a saúde pública. E reforça ainda mais a importância de campanhas como a do Setembro Amarelo.
Caminhoneiros devem estar atento aos sinais
Os caminhoneiros estão submetidos a longas jornadas e também vivem em um ambiente de grande estresse. No dia a dia lidam com a falta de segurança, de infraestrutura, valor de diesel alto e ainda se sentem desvalorizados pelo governo e sociedade. Todos esses fatores podem levar o profissional a desenvolver sintomas que se não tratados a tempo podem desencadear em uma depressão. Sendo assim, é muito importante que os caminhoneiros e empresas estejam preocupados com a saúde mental.
Entretanto sinais da depressão como a insônia, fadiga e até mesmo o desânimo, tão presentes no dia a dia do caminhoneiro, podem ser os primeiros sinais de que a saúde mental está comprometida. A vergonha, a falta de informação e até mesmo de conhecimento sobre um assunto tão sério afasta os caminhoneiros de um tratamento eficaz e dificulta a melhora.
É importante estar atento e se você conhece alguém que tenha pensamentos suicidas peça ajuda. Basta ligar para o Centro de Valorização da Vida no telefone 188.
Apesar dos sinais da depressão realmente serem difíceis de serem levados a sério por se confundir com outros sintomas, é muito importante o caminhoneiro estar atento a pequenas mudanças no seu dia a dia.
Confira alguns sinais da depressão:
Insônia
Desânimo e baixa autoestima
Perda de interesse em atividades que antes eram apreciadas
Mudança de apetite;
Ganho ou perda de peso;
Dormir em excesso;
Sentir-se sem esperança;
Sentir-se culpado;
Dificuldades para raciocinar, se concentrar ou tomar decisões;
Pensamentos de morte ou suicídio;
Irritabilidade, ansiedade e angústia;
Sentimentos de medo, insegurança, desespero, desamparo e vazio;
Interpretação distorcida e negativa da realidade;
Diminuição do desejo e do desempenho sexual;
Nervosismo
Má digestão
Dor de cabeça
Fonte: O Carreteiro/Daniela Giopato da Silva Foto: Divulgação