Petrobras reduz valor dos combustíveis e do gás de cozinha; no Paraná, alta chegou a 122% desde 2016
17 de maio, 2023
A terça-feira (16 de maio) foi repleta de anúncios por parte da Petrobras. Primeiro, a petrolífera informou que sua Diretoria Executiva havia aprovada uma mudança na estratégia comercial para definição de preços de diesel e gasolina, tornando o famigerado Preço de Paridade Internacional (PPI) coisa do passado. Em seguida, a estatal ainda anunciou a redução dos preços da venda às distribuidoras do diesel, gasolina e gás de cozinha, que entram em vigor a partir desta quarta-feira.
A política de PPI vinha sendo adotada pela Petrobras há mais de seis anos, tendo sido aprovada em outubro de 2016, durante o governo Michel Temer. Com isso, os preços praticados no país se vinculavam aos valores no mercado internacional tendo como referência o preço do barril de petróleo tipo brent, que é calculado em dólar. Também eram considerados custos como frete de navios, logística interna de transporte e taxas portuárias e acrescentava-se uma margem para remuneração de riscos ligados à operação, como volatilidade da taxa de câmbio e dos preços praticados em portos.
Na prática, os preços seguiam a tendência do mercado internacional: a estatal não tinha autonomia para contrabalancear as grandes variações e para evitar fortes repercussões no Brasil que chegassem ao consumidor.
Com esse modelo, a Petrobras alcançou recordes de lucros e distribuição de dividendos. Mas os preços dispararam: só no Paraná, entre outubro de 2016 e maio de 2023 (dados da última semana), o preço do etanol subiu 62,4%, o da gasolina 54,4% e o do óleo diesel, 88,4%. Já o GLP e o GNV tiveram alta de 83% e 122,2%, respectivamente. Os dados são do Levantamento de Preços de Combustíveis, feito pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Paranapetro alerta que ‘velocidade’ da diminuição dos preços ao consumidor depende das distribuidoras
Desde o começo do ano, o valor do litro da gasolina comum teve um aumento expressivo no Paraná. Segundo dados da ANP, o preço do combustível subiu de R$ 5,15 na última semana de 2022 para R$ 5,64 na semana entre os dias 7 e 13 de maio, com aumento de 9,51%. Foi o combustível com maior variação de preço no período analisado.
O GLP também apresentava alta até a semana passada, com variação de +0,83% (de R$ 105,62 o botijão de 13 kg para R$ 106,50), bem como o etanol, que ficou 4,05% mais caro em 2023 (passando de R$ 4,20 o litro para R$ 4,37).
Por outro lado, o litro de óleo diesel e o metro cúbico de GNV tiveram recuo nos primeiros meses do ano, com o primeiro caindo 12,72% (de R$ 6,13 para R$ 5,35) e o segundo, 9,45% (de R$ 6,03 para R$ 5,46).
Nas próximas semanas, com a nova política comercial e a redução de preços anunciada pela Petrobras, é esperado que esses valores comecem a cair. Mas a velocidade e dimensão dessa queda, segundo o Sindicato dos Revendedores de Combustíveis e Lojas de Conveniências do Estado do Paraná (Paranapetro), vai depender, principalmente, da política de preços das distribuidoras.
“Os postos dependem inicialmente dos repasses das distribuidoras para poderem repassar as baixas anunciadas pela Petrobras. Em situações anteriores, de forma geral as distribuidoras repassaram as baixas aos postos de maneira escalonada. Por outro lado, nas altas, as distribuidoras costumam repassar para os postos com grande agilidade”, destacou o Paranapetro em nota divulgada à imprensa, no final da tarde de ontem.
Como ficam os preços
A nova estratégia da Petrobras usa referências de mercado como: o custo alternativo do cliente, como valor a ser priorizado na precificação; e o valor marginal para a Petrobras.
Segundo a estatal, o custo alternativo do cliente contempla as principais alternativas de suprimento, sejam fornecedores dos mesmos produtos ou de produtos substitutos; já o valor marginal para a Petrobras é baseado no custo de oportunidade dadas as diversas alternativas para a companhia dentre elas, produção, importação e exportação do referido produto e/ou dos petróleos utilizados no refino.
E foi justamente essa mudança, segundo Jean Paul Prates, presidente da Petrobras, que permitiu uma redução dos preços da venda às distribuidoras do diesel, gasolina e gás de cozinha.
Com isso, a Companhia reduzirá em R$ 0,44 por litro o seu preço médio de venda de diesel A para as distribuidoras, que passará de R$ 3,46 para R$ 3,02 por litro.
Para a gasolina A, a Petrobras reduzirá em R$ 0,40 por litro o seu preço médio de venda para as distribuidoras, que passará de R$ 3,18 para R$ 2,78 por litro.
Já no caso do gás de cozinha, a estatal reduzirá em R$ 0,69 por kg o seu preço médio de venda para as distribuidoras, que passará de R$ 3,2256 para R$ 2,5356 por kg, equivalente a R$ 32,96 por botijão de 13kg.
Ainda conforme a Petrobras, “o valor efetivamente cobrado ao consumidor final no posto é afetado também por outros fatores como impostos, mistura de biocombustíveis e margens de lucro da distribuição e da revenda.” As reduções, no entanto, já entram em vigor a partir desta quarta-feira.
Fonte: Bem Paraná/Rodolfo Luis Kowalski Foto: Robson Mafra