O governo precisa estar disposto a negociar e também a ceder
23 de maio, 2018
A iminente falta de abastecimento em todos os setores da economia do país, tem feito a FETRANSPAR insistir para que o governo Federal encontre a saída para o fim da paralisação dos motoristas.
A principal vista pela Federação é o corte de impostos que incidem sobre o combustível como PIS e Cofins. Isso daria um alívio maior a caminhoneiros autônomos bem como para empresas transportadoras, que há meses vem amargando prejuízos com os aumentos constantes do diesel.
“O que não pode é o governo ficar fazendo cara de paisagem como se nada tivesse acontecendo. Há um bom tempo já temos tentado acordo com o governo neste sentido, mas nunca o setor de transporte foi ouvido”, declara o presidente da FETRANSPAR, Coronel Sérgio Malucelli. “Então o governo sabe exatamente com qual pauta está lidando, tem consigo documentos e estudos fartos para delinear suas decisões, pois as reinvindicação não são de hoje”, destaca.
O presidente lembra que desde o final de 2017 reuniões e tentativas de acordos foram pleiteadas junto a Petrobrás, mas sem êxito. “Pelo contrário, enquanto afirmávamos que o setor encolhe e que demite pessoas com a política de alta adotada para os combustíveis, o governo fez justamente o oposto, deixou a flutuação cambial do dólar dar as diretrizes”, explica.
Somente no Paraná são mais de 20 mil empresas transportadoras de cargas que sofrem as consequências da disparada nos preços dos combustíveis. Atualmente essas empresas empregam mais de 300 mil pessoas. “Não há empresário que resista a tamanha investida contra sua empresa. Se em 2017 o setor já encolheu demitindo, com a política atual em relação ao diesel, a situação tende a ficar aguda”, explica Malucelli.
Em um momento em que economia baixa se soma a crise política e atinge em cheio a geração de empregos chega a ser insensato pensar em medidas que não sejam focadas no bem comum. “O governo por vezes esquece o seu papel que é o de fazer o melhor para o bem da nação e para o seu povo”, destaca Malucelli.
Segundo a FETRANSPAR, mais de 60% de tudo o que é transportado no estado é por rodovia. Se a paralisação continuar o país também vai parar. É preciso que o governo federal abra negociações e também esteja disposto a ceder”, finaliza o presidente da FETRANSPAR.