Deputados querem dar novo fôlego para projetos alternativos de trajeto rumo ao porto de Paranaguá

Deputados querem dar novo fôlego para projetos alternativos de trajeto rumo ao porto de Paranaguá

17 de novembro, 2023

Considerado o maior porto graneleiro da América Latina e o terceiro maior porto de contêineres do Brasil, o Porto de Paranaguá (PR) é um dos principais destinos para as exportações brasileiras. Em evidência nos últimos meses, em meio às novidades sobre as novas concessões rodoviárias, a necessidade de alternativas ao trajeto pela BR-277 rumo ao litoral paranaense ganha uma nova frente de defesa, agora no Legislativo.

A rodovia segue sendo a única via de acesso para o transporte de carga que entrega a produção no Porto de Paranaguá, convivendo com problemas estruturais e limitações de tráfego. As consequências disso vão muito além de engarrafamentos, já que afeta sobremaneira o turismo e a economia local, as exportações, e claro, a segurança de motoristas e passageiros.

De acordo com o deputado federal e presidente da Comissão de Agricultura Pecuária Abastecimento e Desenvolvimento Rural, Tião Medeiros (PP-PR), mesmo com as obras para a BR-277, previstas no novo contrato com o grupo vencedor da concessão, em menos de 15 anos a rodovia estará estrangulada no trecho rumo ao litoral do Paraná. "A gente sabe que vai haver a concessão, que já foi licitada, mas não é o suficiente. A gente quer iniciar os estudos, projetos de engenharia e toda a parte burocrática para que possa viabilizar um novo traçado", afirmou.

O parlamentar paranaense aponta para possibilidades de novo traçado com destino ao porto de Paranaguá - mencionadas há décadas, mas que até agora nunca evoluíram da fase de estudos preliminares. Segundo Medeiros, poderia ser investido em uma conexão até a BR-116, na ligação entre Paraná e São Paulo, ou então via BR-101, conectando Santa Catarina. E, também, uma nova descida da serra a partir de Curitiba.

"Essas avaliações de engenharia e ambientais são muito demoradas, por isso a ideia é começar já, criando um roteiro de ações para que estejamos aptos a correr atrás do dinheiro e executar uma obra dessa magnitude", argumenta.

A iniciativa da bancada paranaense na Câmara dos Deputados pode dar novo impulso à infraestrutura e logística de cargas. "A semente foi plantada. Vamos beneficiar a economia brasileira e a logística dos caminhões que se dirigem ao porto. É o momento de mobilizarmos as forças políticas do governo federal e estadual em prol da realização dessa obra", indicou o coordenador do colegiado, deputado federal Toninho Wandescher (PP-PR).

O parlamentar acredita que os recursos necessários para o início do projeto serão "viabilizados o mais rápido possível", mas não há definição de como ficaria a divisão para esse custo. Para ele, o assunto deve ser acompanhado de perto, já que trata-se de um "projeto planejado para daqui 15 anos".

"É um assunto de interesse nacional. O traçado é comentado há muitos anos e não sai do papel, mas é necessário que a gente comece o quanto antes. Daqui 10, 15 anos, tudo isso aqui será uma potência e a estrada é necessária. O assunto começa hoje e não deve parar até (a obra) ficar pronta", afirmou.

Wandescher compara as discussões sobre novos traçados rumo ao porto de Paranaguá como os anos de debates sobre a reforma tributária. Na opinião do parlamentar, assim como a alteração do sistema tributário, o novo traçado será um ganho incomparável para a sociedade.

"Não se trata apenas do Paraná, o Porto de Paranaguá atende a todo o Brasil. Há muitos anos se fala em criar alternativas para o litoral paranaense, pois vamos concretizar isso. Assim como a reforma tributária foi debatida por anos e está sendo aprovada para melhorar o país, que assim seja com o futuro acesso ao litoral", espera.

Em relação aos custos, Wandescher acredita que os interessados em investir são inúmeros, dentro e fora do país. "Devemos avaliar o que virá de benefício. Nesse sentido, o custo é muito pequeno e o dinheiro sempre aparece. Investidores do mundo inteiro vão acampar essa ideia", diz ele.

Fonte: Gazeta do Povo Foto: Roberto Dziura Jr./AEN
 

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