A logística, assim como qualquer outro setor, está sofrendo os efeitos da disrupção do mercado pela introdução da tecnologia digital. Trata-se de inovações tecnológicas, cuja maioria têm uma base digital, capazes de alterar a forma como a sociedade e o mercado se comportavam até o momento em que a referida tecnologia foi criada.

Dentro do segmento logístico podemos destacar algumas tendências que já estão no mercado e que provavelmente devem impactar o setor nos próximos anos e algumas promessas para os anos seguintes:

Veículos Autonômos, LIDAR e platooning

Devido aos problemas típicos do segmento (mecânica, manutenção, responsabilidade civil em caso de atropelamento, dificuldade de escala da tecnologia por conta de custos e necessidade de testes) acredita-se que a adoção de caminhões autônomos no mercado demore a acontecer.

Apesar disso, alguns já apostam no platooning (formação em que os caminhões autônomos andam em comboio). A ideia com essa funcionalidade é que os caminhões sejam mais eficientes no uso de combustível já que o primeiro caminhão quebraria a resistência do vento, enquanto os demais aproveitam o vácuo.

Além do platooning, muitas empresas começam a se organizar em torno da tecnologia LIDAR (Light Detection and Ranging). Trata-se de uma tecnologia ótica de detecção remota que mede propriedades da luz refletida de modo a obter a distância e/ou outra informação a respeito de um determinado objeto distante. Devido a alta precisão e o preço relativamente baixo, começa a ser uma das tecnologias atraentes para muitos que desejam investir na área.

Drones

Apesar de bastante difundido para fins recreacionais, o uso de drones ainda está muito limitado pela regulação quando o assunto é logística urbana; autonomia do aparelho; o peso dos produtos; e o alcance do sinal. Por fim, o aparelho ainda deve ser capaz de desviar dos obstáculos aéreos.

Dessa maneira, ainda há diversos avanços a serem considerados para que esse modal possa ser utilizado de forma eficiente no mercado.

Blockchain

A blockchain já passa a ser utilizada como uma forma de certificar a origem e procedência dos produtos, mas muitos têm dificuldade de entender como isso pode incorporar aos modelos de negócios das empresas.

Impressora 3D

Embora ainda não seja muito popular e seja pouco utilizada para a solução de problemas logísticos, a impressora 3D é capaz de reduzir a necessidade de transporte de alguns produtos. Com um clique, por exemplo, é possível enviar pela internet um molde para impressão em outro país, evitando assim custos logísticos.

Dados e Logística preditiva

Diversas empresas, dentre elas a Amazon, estão trabalhando para prever a demanda por meio de ferramentas analíticas e preditivas baseadas em algoritmos. Uma vez prevista a demanda, as empresas poderiam se antecipar e já disponibilizar produtos dentro do estoque a determinado perfil de cliente.

Erik Fontenele Nybo,

Advogado formado pela Fundação Getúlio Vargas, coordenador do curso “Direito em Tartufos”, no INSPER, e pesquisador do GVCEPE – Fundação Getúlio Vargas