A rápida transformação no ambiente corporativo

A rápida transformação no ambiente corporativo

02 de setembro, 2020

O ambiente corporativo de todos os segmentos vem passando por grandes transformações desde o início da pandemia. Nas empresas que atuam com o transporte de cargas rodoviário não é diferente. O empresário vem sentido essa pressão acelerada de muitos movimentos.

Para acompanhar a avalanche de novidades e necessidades do cliente é preciso estar aberto as transformações, atentos as ferramentas tecnológicas, ao espaço no mercado e o potencial que a empresa tem de assumir novos desafios. “É um caminho sem volta. As empresas precisam parar para fazer uma análise profunda buscando entender qual momento que se vive internamente e aí buscar replanejar, e ou atualizar metas pactuadas no começo do ano, as quais certamente foram impactadas pela pandemia. Esse novo momento exige essa reflexão”, conta Joyce Bessa, empresária, Head de Gestão Estratégica, Finanças e Pessoas na TransJordano e vice coordenadora da Comjovem Nacional.

Em entrevista à Revista Fetranspar, ela conta como está sendo essa experiência corporativa no mundo envolto a pandemia e também discorre sobre como os jovens empresários estão enfrentando o momento e como se preparar para o ‘novo’ que chegou.

REVISTA FETRANSPAR: Está quase virando um clichê: “O momento é de mudança”, porém a afirmativa está bastante recorrente devido aos profundos impactos provocados pela pandemia no mundo corporativo.  Neste sentido, como empresária, como você analisa o cenário atual?

JOYCE BESSA: Sim, a frase pode soar repetitiva, mas é isso mesmo: vivemos um momento de profunda transformação e mudanças. Somente terá espaço no mercado quem conseguir entender essa necessidade e é por isso que o empreendedor precisa estar bastante atento, não focar somente no crescimento agora, para 2020, mas focar em como salvar seu negócio, em como mantê-lo rodando. Isso é o maior ganho, atualmente. Para isso, pare e pense em respostas para perguntas comuns a todos nós que fazemos gestão diariamente:  Como se adaptar a esse momento no setor de transporte e como sobreviver ao mercado? Em que momento estamos da pandemia e em que ponto a empresa está? Qual o meu diferencial? Preciso realmente mesmo mudar? E, cuidado com o efeito ‘manada’, não é porque todos estão caminhando para uma direção é que sua empresa precisa também ir. O que precisa ser feito é a análise criteriosa. Se esse for o caminho onde todos estão seguindo, perfeito. Mas tenha a certeza de que ele é a melhor alternativa para o momento de sua empresa.

RF: Por onde começar?

JB: Inicie o movimento revisando processos com o olhar de como otimizar recursos e onde será preciso fazer inserções, trocas ou aperfeiçoamento. Avalie ainda como estão seus conhecimentos sobre o mercado e como está sua relação com as ferramentas digitais. Rever o planejamento estratégico e as metas pactuadas faz parte deste processo.

RF: Como vocês fizeram na TransJordano?

JB: Ainda não finalizamos, estamos fechando esse processo de análise. Contudo posso afirmar que duas ferramentas estão nos ajudando neste processo: a primeira delas é uma plataforma disponibilizada pelo CESAR (cesar.org.br) que lançou um índice para avaliar a preparação de companhias dos mais diversos setores econômicos para a era digital. A ideia desse trabalho, disponível a todos os empresários, surgiu a partir da percepção de que muitos executivos ainda desconhecem o nível de maturidade digital de suas organizações. O indicador é composto de oito eixos: Pessoas e Cultura, Consumidores, Concorrência, Inovação, Processos, Modelos de Negócio, Dados e Tecnologias Habilitadoras. Fizemos esse exercício e foi extraordinário.

O segundo ponto foi a ampla discussão com pares no mercado e aí entra a interação com os membros da Comjovem do Brasil todo. Nesses encontros, agora virtuais é claro, percebemos que temos as mesmas feridas, desafios parecidos e saídas que podem ser adaptadas para diferentes realidades. Desses encontros ainda, os jovens empresários elaboraram um e-book que traz muitas dicas sobre quais ferramentas digitais podem apoiar o empresário, para que servem e como busca-las no mercado. Resumindo, precisamos estar atentos, abertos e dispostos a buscar novas alternativas.

RF: Quanto a gestão de pessoas, o home office veio para ficar?

JB: O home office foi e ainda está sendo uma ferramenta indispensável para o combate a pandemia. Contudo ele está suprindo uma necessidade de distanciamento social. A experiência em nossa empresa está sendo positiva. Nunca tínhamos feito essa movimentação. Contudo dentro das companhias há diferentes realidades e funções. O home como está hoje, em plena pandemia, acredito que não vai ser a alternativa mais viável. O que teremos que fazer é selecionar as funções que são factíveis de se ter trabalho remoto, criar uma rotina, treinar e pactuar entregas. Este é um primeiro ponto. A segunda movimentação é, mapear quais funções não permitem o home, principalmente aquelas operacionais que precisam da presença humana. Terceiro, o que pode vir a ser feito em um mix a distância e presencial. É desta análise que vai surgir a melhor alternativa, um modelo que as próprias empresas terão que encontrar em sua estrutura. Contudo, vejo que as companhias não podem perder essa oportunidade de fazer essa avaliação. Isso é muito rico e tende a revolucionar a gestão de pessoas.

 

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