NOTA DE REPÚDIO
24 de maio, 2018
O setor de transporte de cargas paranaense ficou estarrecido ao se deparar com a coluna assinada pela Jornalista Mirian Leitão, na edição desta quinta-feira (24/05) no Jornal O Globo, intitulado ‘Pacto da Greve’. Incontestável é a credibilidade e atuação da profissional, que faz um belo trabalho há décadas na imprensa nacional.
Mas ao defender o Governo Federal em sua coluna, ela acaba usando de argumentos contra o setor de transportes de cargas, o que denota desconhecimento ou mesmo a utilização do princípio do jornalismo que é, ouvir os dois lados da moeda. Entra governo sai governo é o setor de transportes que continua sendo a mola propulsora da nossa economia. São esses mesmos governos que nunca investiram o suficiente para que o mesmo pudesse melhor se modernizar.
Ao citar que o governo está vulnerável a “chantagem” do setor, a jornalista não apurou que o Planalto e a Petrobrás têm sido abordados há meses, desde 2017, para que atenda e apresente um outro modelo nos reajustes dos combustíveis. Dezenas e mais dezenas de folhas com estudos mostrando como isso vira um efeito dominó e como as empresas de transportes, que empregam milhões de pessoas no Brasil, não podem suportar mais a alta sendo obrigadas a fazer cortes em seu quadro em um momento em que 27 milhões de pessoas passam pela dificuldade de conseguir uma vaga, ou desistiram de procurá-la ou então teriam a capacidade de melhor utilizar as suas horas ativas.
Erra a jornalista ao afirmar que o Governo Federal está “mobilizado para resolver o problema”. Se isso fosse verdade, o mesmo governo não teria negado tantos apelos feitos pelo setor nos últimos meses. Aliás, na última semana, o setor autônomo já havia sinalizado que faria paralisações e o que o governo fez? Nada, esperou para ver no que dá. Por que? Porque não tem a mínima noção do quanto o setor é primordial para a economia do país.
Por último, a paralisação não é somente em detrimento de uma pauta do setor de transporte como um todo. É também uma pauta pela sociedade como um todo. Como bem disse a jornalista, 64% da carga do país passa por esse setor, ou seja, se o governo continuar onerando seus impostos quem vai pagar a conta no final é o consumidor, na gondola. Ou seja, estamos defendendo também o consumidor, porque antes de sermos empresários, somos cidadãos e não queremos ver nosso suado dinheiro sendo consumido por possíveis altas de produtos, algo que pode ser prevenido e não remediado.
Por isso, o setor de transporte paranaense, reitera que apoia paralisação com responsabilidade defendendo sempre o direito constitucional de ir e vir do cidadão e não admitimos que notícias sem a devida apuração manchem o trabalho do setor de transportes de cargas.
Coronel Sergio Malucelli
Presidente da Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado do Paraná – FETRANSPAR