02 de agosto, 2019
Em um auditório lotado na capital do Maranhão, foi aberto, no último dia 1º e segue até o próximo dia 4, o Conselho Nacional de Estudos em Transporte, Custos, Tarifas e Mercado (CONET), realizado a cada seis meses pela Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística).
O Paraná está representado pelo presidente e vice-presidente da FETRANSPAR, Coronel Sérgio Malucelli e Carlos Antonio Vieira. “O encontro, além de reunir as principais lideranças do TRC, é um momento para debatermos temas de extrema importância que impactam ou que possam ser considerados bandeiras do nosso setor como, por exemplo, as questões tarifárias. Somente juntos, conseguiremos buscar melhorias para as empresas”, comentou o Coronel Malucelli.
Anfitriã
A edição São Luís/MA tem como entidade anfitriã, o Sindicato das Empresas do Transporte de Carga e Logística do Estado do Maranhão (SETCEMA). Antônio Marcos Oliveira, presidente do Sindicato, destacou a necessidade de conciliar as ideias para o desenvolvimento do país. “Com certeza, sairemos daqui firmes com nosso importante papel como categoria do transporte de cargas no Brasil. Estamos cientes que há entraves e gargalos que temos que enfrentar dia após dia em nosso seguimento, mas não devemos e nem podemos nos acomodar”.
José Hélio Fernandes, presidente da NTC, ao abrir o encontro, lembrou a importância do momento para o Brasil e para o setor do transporte rodoviário de cargas e destacou a necessidade de receber as reivindicações dos empresários, para um melhor posicionamento em defesa das empresas e da entidade. “O CONET é importante porque temos participantes de diversas regiões do país e por aqui passa tudo o que impacta o setor na busca de soluções para os problemas atuais”, ressaltou José Hélio. O presidente da NTC destacou que um dos temas a ser debatido, durante o encontro, será o Piso Mínimo de Fretes. José Hélio anunciou, ainda, a data da realização do próximo Seminário Brasileiro do Transporte Rodoviário de Cargas, na Câmara dos Deputados em Brasília, no dia 20 de maio de 2020, quando completará duas décadas.
Vander Costa, presidente da Confederação Nacional do Transporte (CNT), parabenizou a atual gestão da NTC pela iniciativa de reviver o CONET e manter a casa cheia, com a representação de lideranças nacionais. “Os empresários do transporte de cargas estão aqui para trocar experiências, trazer as angústias e as reivindicações. Nós, como líderes em Brasília, estamos aqui para ouvir e dar informação do que está sendo feito”. A CNT tem acompanhado de perto e participado dos estudos para os projetos de desburocratização a serem implantados pelo Executivo.
O Índice Nacional de Custos do Transportes (Índice de Variação do INCT) foi apresentado pelo engenheiro Lauro Valdívia, assessor técnico da NTC&Logística em plenária e a Pesquisa sobre Defasagem dos Fretes e Tendências, apresentada pela NTC em conjunto com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
O Piso Mínimo de Frete foi o assunto do professor José Vicente Caixeta Filho, coordenador Geral do ESALQ-LOG, responsável pela elaboração das regras gerais, metodologia e coeficientes dos pisos mínimos.
Roberto Nogueira trouxe para as discussões o tema A influência da Carga Tributária no Mercado de Transportes; em seguida, Liliana Jacomino falou sobre O Cenário Macroeconômico do Brasil – Análise e Perspectivas. Os palestrantes são respectivamente advogado e diretora da Lifetime/XP Investimentos.
Confira também o comunicado oficial do encontro em relação ao frete.
COMUNICADO CONET DE AGOSTO DE 2019
Seguindo a sistemática de apuração semestral de índices que indiquem a variação de fretes do segmento transportador rodoviário de cargas, a pesquisa realizada pelo DECOPE/NTC no mês de julho último aponta para uma defasagem média no frete recebido pelo transportador em relação ao custo apurado de 16,0%, sendo de 8,0% nas operações com transporte de cargas fracionadas e de 20,0% nas com cargas lotações.
Outro dado que continua preocupando e chamando a atenção, é a falta do recebimento dos demais componentes tarifários, tais como frete-valor e GRIS. E, ainda, verifica-se que muitos usuários não remuneram adequadamente o transportador com relação a outros serviços complementares ou adicionais. Enquadram-se nesta categoria, por exemplo: a cobrança da EMEX para regiões que se encontram em estado de beligerância, a TRT para as regiões metropolitanas que possuem restrição a circulação de caminhões, os serviços de paletização e guarda/permanência de mercadorias, o uso de escoltas e planos de gerenciamento de riscos customizados, o uso de veículos dedicados, dentre outros.
É importante realçar que muitas vezes os custos adicionais com esses serviços são superiores ao próprio frete, daí porque trata-se de situação crítica, que precisa ser equalizada pelas partes.
Finalizando, é oportuno lembrar que seguimos com a expectativa de retomada do crescimento da economia, situação em que as demandas devem crescer e os gargalos logísticos se estreitam, razão pela qual, vale o alerta visando a preservação da saúde financeira das empresas do setor e, desta forma, garantindo a sua capacidade de arcar com os investimentos necessários. A eliminação da defasagem é, portanto, não só do interesse do transportador, mas também do contratante que deseja manter a regularidade e a segurança nas suas operações.
São Luís/MA, 01 de agosto de 2019.
Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística
Fonte: Fetranspar, com assessorias Fotos: Divulgação