23 de setembro, 2020
A recuperação da confiança do empresariado da indústria está sendo rápida e ampla. A prévia para setembro do Índice de Confiança da Indústria (ICI) apurado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre-FGV) aumentou 7,2 pontos em relação ao resultado final apurado em agosto e alcançou 105,9 pontos. Se esse resultado for confirmado no ICI final do mês, que deve ser anunciado na semana que vem, será o melhor resultado desde janeiro de 2013, quando alcançou 106,7 pontos.
O resultado registrado há mais de sete anos marcava o auge do período de crescimento da economia que, por variados fatores positivos, como a boa fase do mercado internacional de produtos brasileiros, beneficiou a administração do PT, no poder desde 2003. Em 2014, ano em que a presidente Dilma Rousseff foi reeleita, a fase de prosperidade que favoreceu o lulopetismo se esvaía, prenunciando a grave crise econômica da qual o País ainda se esforça para sair. A retomada do crescimento, a partir de 2017, está sendo lenta. A indústria há anos mostra dificuldades maiores que outros setores para se recuperar.
A pandemia teve impacto muito forte sobre toda a economia. Na indústria, se avaliado pela evolução do ICI, foi impressionante. Entre março e abril, o índice caiu 39,3 pontos, de 97,5 para 58,2, uma queda de 40% em apenas um mês. A recuperação, lenta a partir de maio, se intensificou nos meses mais recentes, até alcançar, na prévia de setembro, a pontuação que coloca o Índice em um de seus pontos mais altos dos últimos anos.
Segundo o relatório do Ibre/FGV, a melhora decorre tanto da avaliação positiva da situação presente como do otimismo para os próximos meses. O Índice de Situação Atual subiu 8,9 pontos, para 106,7, e o Índice de Expectativas avançou 5,5 pontos, para 105,1.
Além de rápida, segundo o Ibre/FGV, a evolução da confiança entre o empresariado industrial é disseminada. Dos 19 segmentos que compõem o setor, 18 apresentaram melhora. Em 13 desses setores, o Índice de Confiança ficou acima de 100 pontos, limite que separa o otimismo do pessimismo; em agosto, era oito. A melhora do otimismo da indústria automobilística – com peso de 10% no índice geral – e a retomada da construção estão sendo fatores importantes para a recomposição da confiança do setor industrial.
Fonte: Estadão Foto: Divulgação