Volume de serviços no Brasil cresce em junho pelo 2º mês seguido com transporte de cargas

Volume de serviços no Brasil cresce em junho pelo 2º mês seguido com transporte de cargas

17 de agosto, 2022

O volume de serviços no Brasil chegou ao final do segundo trimestre em alta pelo segundo mês seguido e acima do esperado, ganhando fôlego mesmo diante de um cenário de inflação elevada no país graças principalmente ao setor de transportes.

O volume de serviços cresceu 0,7% em junho na comparação como mês anterior, mostrando aceleração ante a taxa de 0,4% de maio, embora esta tenha sido revisada para baixo de 0,9% informado antes.

Com isso o segundo trimestre fechou com ganho de 1,1% sobre os três meses anteriores, no oitavo trimestre seguido de alta, embora essa tenha sido a taxa mais fraca dessa sequência.

Os dados divulgados na última quinta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram ainda que, na comparação com o mesmo período do ano anterior, os serviços apresentaram ganho de 6,3% no volume.

O setor de serviços encontra-se 7,5% acima do nível de fevereiro de 2020, pré-pandemia, mas ainda 3,2% abaixo de novembro de 2014, o pico da série, de acordo com o IBGE.

As expectativas em pesquisa da Reuters eram de ganhos de 0,5% na base mensal e de 6,1% na anual.
O retorno da demanda presencial para os fornecedores de serviços tem ajudado a impulsionar o volume do setor, que por outro lado ainda enfrenta a inflação elevada no país.

As incertezas à frente também permanecem com o aperto nas condições monetárias e financeiras em um ano de eleição presidencial, embora medidas do governo de auxílio à renda e o enfraquecimento esperado da inflação possam dar impulso ao setor.

“Junho contava com 13º antecipado e liberação do FGTS. Acredito que uma parte deve ter sido direcionada para pagar dívidas, mas também está tendo claramente uma preferência para gastar com serviços, e não com varejo”, avaliou Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos.

Na quarta-feira, o IBGE informou que as vendas varejistas no Brasil registraram contração de 1,4% em junho, maior queda mensal desde dezembro do ano passado.

“Comércio e indústria têm mais impacto de inflação, juros e mercado de trabalho. O setor de serviços vem crescendo desde o pós-pandemia em duas vertentes: uma delas é a retomada das atividades que dependem do consumo presencial”, disse o gerente do levantamento no IBGE, Rodrigo Lobo, citando ainda o avanço do transporte de cargas.

Carga

Entre as cinco atividades pesquisadas pelo IBGE, quatro apresentaram crescimento em junho, sendo que a maior influência positiva partiu do avanço de 0,6% de transportes, com destaque para o transporte dutoviário, rodoviário de cargas e coletivo de passageiros.

“O protagonismo veio de transporte, com destaque para cargas e transporte rodoviário de carga, que vem tendo bom desempenho por conta do agronegócio, para escoar a produção agrícola, e também por conta da produção indústria”, disse Lobo.

Também se destacou o crescimento de 0,7% dos serviços profissionais, administrativos e complementares, graças ao aumento das atividades relacionadas a organização, promoção e gestão de feiras, congressos e convenções, entre outras.

Os serviços prestados às famílias tiveram alta de 0,6% no mês, mas seguem abaixo do patamar pré-pandemia. Já os serviços de informação e comunicação tiveram queda de 0,2%.

O índice de atividades turísticas, por sua vez, mostrou recuo de 1,8% em junho sobre o mês anterior, interrompendo três meses seguidos de ganhos. O segmento ainda está 2,8% abaixo do patamar pré-pandemia.

“O que puxou as atividades turísticas para baixo esse mês foi o transporte aéreo, devido ao aumento do item passagens aéreas no IPCA em junho”, explicou o analista da pesquisa Luiz Almeida.

Fonte: Reuters Foto: Edilson Dantas / Agência O Globo

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