A tecnologia do nióbio tem várias aplicações, uma delas é o uso em carros, contribuindo para o aumento da resistência aos impactos, ajudando a aumentar a segurança dos veículos. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), os acidentes com veículos são a principal causa da morte de crianças e jovens em todo o mundo. Mais de 3,5 mil pessoas morrem todos os dias nas estradas, o equivalente a quase 1,3 milhão de mortes evitáveis e cerca de 50 milhões de feridos a cada ano.

O Head Global de Marketing e Comunicação da CBMM, Giuliano Michel Fernandes, ressalta que projetos e materiais podem ajudar a reduzir a gravidade dos acidentes. E é justamente nos materiais que a companhia, que é a maior fornecedora global de produtos de nióbio, pode contribuir, compartilhando tecnologias de materiais avançados que podem salvar vidas.

Nos países da Europa e da América do Norte há entidades que atestam a segurança dos veículos em crash test: EuroNCAP e Insurance Institute for Highway Safety (IIHS), respectivamente. Para os latino-americanos foi criado o Latin NCAP, em 2010, entidade que usa métodos de ensaio internacionalmente reconhecidos para fazer crash test. Os modelos de carros são testados e qualificados com pontuação entre zero e cinco estrelas, observada a proteção oferecida pelos veículos para ocupantes adultos e crianças.

Os aços microligados ao nióbio são usados na indústria automotiva em todo o mundo. Eles são mais leves, eficientes e seguros. Com maior resistência e tenacidade é possível o uso de chapas mais finas, o que favorece o light design. Outra vantagem é que carros mais leves consomem menos combustível, ajudando a reduzir gastos bem como a emissão de gases poluentes.

Fernandes conta que a CBMM faz parte da Parceria Global de Segurança Rodoviária (GRSP – na sigla em inglês). A companhia e a Organização Mundial de Resgate (WRO) firmaram parceria global em 2022 para promover a segurança nas estradas e reduzir as fatalidades por acidentes. A parceria apoia a ação “Década de Ação para Segurança no Trânsito 2021-2030” da OMS, que tem como objetivo reduzir pela metade o número de fatalidades e acidentes graves até 2030.

A companhia, que tem unidade em Araxá, no Alto Paranaíba, não vende o minério bruto, apenas produtos feitos a partir dele. O mais comum é o ferronióbio (FeNb), liga metálica composta por 65% de nióbio e 35% de ferro destinado ao setor siderúrgico. A adição de teores mínimos de ferronióbio, da ordem de 0,05%, torna o aço mecanicamente mais resistente, sem reduzir sua tenacidade, que é a capacidade de se deformar plasticamente sem sofrer ruptura. E justamente por ser mais resistente, a chapa de aço fabricada com ferronióbio pode ser mais fina do que a convencional.

As características do nióbio, como alta condutividade térmica e elétrica, maleabilidade, ductilidade e alta resistência à corrosão, ao calor e ao desgaste conferem ao metal a capacidade de melhorar as propriedades de materiais, tornando-os mais eficientes.

Fonte: Despoluir via Diário do Comércio/Juliana Gontijo Foto: Divulgação