Setor produtivo pede que governo reconsidere aumento de alíquotas do ICMS

Setor produtivo pede que governo reconsidere aumento de alíquotas do ICMS

20 de dezembro, 2023

Por meio de um manifesto publicado em conjunto pela Associação Comercial Paranaense (ACP), a Federação das Associações Comerciais e Empresarias do Paraná (Faciap) e a Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), representantes pediram que o governo do estado reconsidere o aumento das alíquotas do ICMS.

Em 14 de dezembro, o governo do Paraná sancionou a lei que determina o reajuste para as taxas desse imposto para diversos produtos. A iniciativa foi aprovada na Assembleia Legislativa, em regime de urgência, no dia 12. O projeto reajusta a alíquota de 18% para 19% sobre a tarifa de energia elétrica, com exceção do fornecimento para áreas rurais.

O governo também aumentou de 17% para 17,5% a alíquota para água mineral, bebidas alcoólicas, produtos de tabacaria e joalheria. Por outro lado, vai haver redução de 18% para 12% no imposto sobre o gás natural. Para as entidades, a iniciativa pode causar problemas como diminuição de investimentos e perda de empregos.

No texto, os órgãos apontam que o Paraná tem a maior alíquota de ICMS entre os estados da região Sul. A taxa é 14,7% maior que a existente em Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O texto diz que a Reforma Tributária Federal não deve causar qualquer possibilidade de prejudicar a economia estadual e que, por isso, não haveria necessidade do reajuste.

O presidente da ACP, Antonio Gilberto Deggerone, criticou o reajuste. Ele explicou que toda vez que há aumento de alíquotas, os preços ao consumidor aumentam. Por conta disso, a intenção de consumo diminui porque o cliente avalia os locais de compra.

O presidente da Faciap, Fernando Moraes, apontou que, na visão dele, o governo do Paraná se precipitou ao aprovar a medida, por considerar que haveria prejuízos ao estado por conta da reforma tributária nacional. Ele explicou que, na realidade, isso não irá acontecer, e que os reajustes podem ocasionar até desemprego.

O diretor da Fiep e coordenador do Conselho Temático de Assuntos Tributários da entidade, Guilherme Hakme, diz que a solicitação é de que o governo revise o reajuste para evitar o prejuízo para o setor. Ele alertou que pode haver perda de competitividade.

Para os órgãos, uma pesquisa divulgada na semana passada apresentou que 97% dos paranaenses são contra o aumento e políticos que votaram pelo reajuste dos tributos. Mesmo com a mobilização dos representantes do setor, não houve uma resposta por parte dos parlamentares e do Executivo e o texto acabou sendo aprovado.

O comunicado indica que há um tom respeitoso e construtivo ao abordar esse assunto com o governo do Paraná e a Assembleia Legislativa, apontando argumentos de maneira clara e embasada, com base em fatos e dados, segundo os órgãos.

Por meio de nota, o governo do estado informou que o projeto tem como objetivo equilibrar as receitas do orçamento paranaense, prejudicado pelas alterações impostas, nos últimos anos, pelo governo federal. O comunicado ressaltou que a queda na alíquota do ICMS sobre o gás natural vai beneficiar mais de 80 mil estabelecimentos comerciais.

Por fim, o governo do Paraná disse que analisa a retirada de 7,5 mil itens do regime de substituição tributária. A proposta pretende atender a uma reivindicação do setor produtivo para ampliar a competitividade das empresas do estado.

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Fonte: CBN/Bruno de Oliveira Foto: Divulgação

 

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