Seminário Itinerante ComJovem aborda segurança no TRC
17 de março, 2017
Seminário Itinerante ComJovem aborda segurança no TRC
Na tarde desta quinta-feira (16/03), o Seminário Itinerante ComJovem fez sua estreia em Curitiba, na sede do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas no Estado do Paraná (Setcepar), com o apoio da Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado do Paraná (Fetranspar). O evento, promovido pela NTC&Logística, abordou como tema principal a Segurança, com palestras sobre roubo de carga, riscos nas estradas, tecnologia aplicada para a redução de acidentes, entre outras.
Para o presidente da Fetranspar, Sérgio Malucelli, a ComJovem tem um papel muito importante e é o futuro do TRC. “A ComJovem poderá contar sempre com o apoio da Fetranspar porque acreditamos nesta nova geração. Foi mais um excelente seminário interativo da onde todos os núcleos paranaenses e dos demais estados participaram com temas relevantes para o TRC", ressaltou. Sergio também falou da importância da NTC para o setor e enalteceu o presidente José Helio Fernandes por tê-lo nomeado vice-presidente regional.
Presidente da Fetranspar, Sérgio Malucelli
Crédito: NTC
O vice-coordenador da ComJovem Nacional, Antonio Ruyz, deu início ao evento e lembrou da importância do tema. “Em 2017, a ComJovem completa dez anos de atividade. É o nosso primeiro evento do ano e não poderíamos falar de outro assunto senão a segurança nas estradas, especialmente aqui em Curitiba, que conta com um núcleo da ComJovem que serve de exemplo a todos, sempre trazendo ideias inovadoras. É uma alegria fazer parte deste projeto que começou por uma iniciativa da NTC&Logística e hoje está fortalecido e consolidado”, disse. Também marcaram presença no evento representantes das ComJovem de Porto Alegre, Sorocaba, Maringá, Cascavel e Curitiba.
Já o vice-presidente do Setcepar, Silvio Kasnodzei, que representou o presidente do sindicato, Marcos Battistella, reiterou os problemas de segurança nas estradas e a importância dos jovens empresários falarem sobre o tema. “Nós sabemos da dificuldade que o setor enfrenta quando falamos em segurança. Por isso, os novos empresários precisam debater, discutir e estudar o problema, já que eles serão o futuro do TRC”, acredita.
Palestras
O Seminário Itinerante 2017 teve início com uma palestra do engenheiro mecânico Rubem Penteado de Melo, especialista em prevenção de acidentes nas estradas. De acordo com Melo, os acidentes ocorrem, em maior parte, por falta de informação. “O conhecimento liberta. Quando o motorista entende porque os acidentes ocorrem, fica muito mais fácil evitá-los. Se nós não entendemos como as coisas funcionam, atribuímos ao acaso”, disse. O engenheiro listou as cinco principais causas dos acidentes nas estradas: tombamento, descida do caminhão nas serras, idade do motorista, sono durante a condução, sinalização ineficaz nas estradas e amarração de cargas erradas.
Frota e manutenção
O engenheiro de pós-vendas da MAN Latin America, Paulo Sergio de Carmo, apresentou o plano de manutenção de frotas da montadora. “Muitas vezes o empresário opta por fazer uma manutenção própria nos caminhões em vez de contratar uma empresa como a nossa. Num primeiro momento, isso parece financeiramente benéfico, mas no decorrer do tempo, essa escolha acaba gerando prejuízo. Comprar peças paralelas em vez de originais, não contar com garantia de reparo, não ter mecânicos e profissionais qualificados são algumas das desvantagens”, explicou. Durante o evento, o engenheiro mostrou todas as opções de planos da MAN para as empresas do TRC.
Gestão eficaz
A terceira palestra do dia abordou as ferramentas necessárias para uma gestão eficaz em uma empresa de transporte, além de relatar os principais erros causados pelos empresários. “Não podemos dizer que uma empresa de transporte de cargas é simples de gerenciar. Os problemas do nosso setor não se encontram apenas do lado de fora. Se o empresário quiser sobreviver neste segmento repleto de mudanças, vai precisar se modernizar, usar novas ferramentas de gestão, diminuir estoque, eliminar o retrabalho”, orienta Valter Luiz, gerente comercial da BGM Rodotec, empresa especializada em desenvolvimento de soluções tecnológicas de gestão focada exclusivamente no setor do TRC.
Roubo de carga
O assessor de segurança da NTC&Logística, coronel Paulo Roberto de Souza, apresentou o preocupante panorama do roubo de cargas no Brasil. “De acordo com os últimos dados, os roubos de carga custaram R$ 6,1 bilhões à economia brasileira entre 2011 e 2016. O prejuízo chega a R$ 3,9 milhões por dia com as ocorrências que se concentram principalmente nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo”, disse. Durante a apresentação, Souza mostrou um plano de gestão de riscos para as empresas se protegerem dos crimes. “As empresas precisam inovar ainda mais na segurança na área de gerenciamento de riscos, como câmeras de alta resolução na cobertura de locais restritos, controle de mercadoria, lacres de baú com sensores de violação, entre outras ferramentas que a tecnologia nos oferece, sem esquecer da capacitação dos funcionários da própria empresa. Só assim conseguiremos combater o crime no mesmo nível dos criminosos”, disse. Para o coronel, a palavra básica para o enfrentamento do roubo de cargas é prevenção. “As empresas devem escolher a ferramenta mais adequada para cada situação, tentando se manter sempre um passo à frente”, aconselha.
À frente da Delegacia de Furtos e Roubos de Cargas no Paraná, o delegado Marcelo Lemos de Oliveira apresentou dados sobre o roubo de cargas no Paraná. Segundo Oliveira, em 2016, o aumento de furtos e roubos foi de 17,74% em relação ao mesmo período do ano passado.
Acidentes: prevenção é a solução
A gerente de relacionamento da corretora de seguros Trade Vale, Liliam Rosa, falou sobre a importância da disciplina e gestão eficaz para evitar acidentes nas estradas brasileiras. “A grande arma para a prevenção de acidentes é a disciplina. Selecionar motorista, treinar os profissionais de maneira eficaz, planejar a viagem. Além disso, a gestão precisa ser eficaz, cuidadosa. Será que determinado motorista é o ideal para o trajeto? A rota está planejada? Todos estes detalhes podem salvar vidas”, diz.
A tecnologia como grande aliada
A gerente regional da Sascar, Viviane Magdala, mostrou o impacto da tecnologia para redução de acidentes e, consequentemente, de custos. “Prevenir acidentes é uma necessidade cada vez mais presente no trânsito brasileiro. A Sascar oferece uma solução completa com diversas ferramentas de tecnologia para que a gente minimize acidentes e diminuindo os custos decorrentes”, explica. Magdala apresentou dois importantes serviços da Sascar, a tecnolobia Telemetria Can, que faz a gestão do comportamento dos motoristas e corrige hábitos ao volante, e a Black Box, que atua no diagnóstico de um acidente ou em situações de risco, permitindo um relatório detalhado em caso de acidentes, similar à caixa-preta de um avião.
Além de acidentes, Viviane apresentou o serviço de prevenção contra roubo de cargas. Desde o início de suas atividades, há 17 anos, a Sascar se tornou líder em recuperação de carga, com 78% de produtos resgatados. “O roubo de cargas é uma realidade preocupante. Por isso nós oferecemos diversos serviços para o gerenciamento de risco e rastreamento de cargas, auxiliando a proteção da carga do caminhão. Além de ofertas de monitoramento com tecnologias GSM e Satelital, já consolidadas no mercado, nós oferecemos também soluções com tecnologia de Rádio Frequência, mais eficientes para o apoio à recuperação de cargas, mesmo diante da atuação do jammer”, explica.
Prevenção
A coordenadora da ComJovem Nacional e vice-presidente extraordinária para jovens empresários da NTC&Logística, Ana Carolina Jarrouge, apresentou a palestra “Melhor prevenir do que indenizar” e falou sobre as ações preventivas que as empresas de transporte podem aplicar para evitar acidentes nas estradas e consequentemente uma indenização. “Nós apenas sentimos o quanto é importante a prevenção quando nos vemos no meio de um processo judicial decorrente de um acidente. Na hora, nós não temos como mensurar o quanto iremos pagar”, explicou.
Ana apresentou as consequências administrativas paras as empresas, como custos de manutenção de veículos, afastamento do funcionário e eventuais indenizações, além de consequências comerciais, como danos à carga, ações judiciais envolvendo cliente e atraso na entrega do produto envolvido no acidente e problemas na esfera trabalhista, como lesões ou óbito do motorista.
A coordenadora da ComJovem orienta que pequenos hábitos preventivos fazem a diferença. “As empresas devem fazer manutenção preventiva e corretiva nos veículos, utilizar tacógrafo, fazer check-list. Em relação aos motoristas, é necessário fazer treinamento constante, controle de jornada, teste para detectar uso de álcool e drogas, testes psicológicos, prova de que o profissional está portando a CNH antes de iniciar a viagem. São coisas básicas, mas que podem servir como provas de que a empresa fez o necessário para evitar problemas”, orientou.
Fonte : Setcepar