Pesquisadores do CNPEM criam sensor que avalia qualidade do etanol combustível

Pesquisadores do CNPEM criam sensor que avalia qualidade do etanol combustível

11 de maio, 2017

Pesquisadores do CNPEM criam sensor que avalia qualidade do etanol combustível

Pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas, desenvolveram, com apoio da FAPESP, um sensor para avaliar a qualidade do combustível de maneira simples, rápida e prática. O dispositivo desenvolvido no Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano) tem a capacidade de atestar, em segundos, se o etanol avaliado está dentro das especificações.

O sensor conta com dois eletrodos metálicos, sendo que um deles é revestido com uma camada funcional de espessura nanométrica. Os eletrodos são acoplados frente a frente e imersos no etanol. A avaliação da resposta elétrica do sensor permite determinar o teor alcóolico do combustível e informar, de imediato, se o etanol está dentro dos padrões de consumo. O método foi descrito no artigo A simple capacitive method to evalute etanol fuel samples, publicado na Scientific Reports, do grupo Nature.

De acordo com Carlos César Bof Bufon, pesquisador do CNPEM e responsável pelo projeto, a tecnologia tem potencial para substituir o densímetro, comumente encontrado nas bombas de combustível, e tem funcionamento mais simples, rápido e prático que métodos laboratoriais de análise.

“Embora amplamente utilizados para a verificação de combustível, os densímetros são mais imprecisos e o resultado da análise é de difícil visualização por parte do consumidor. Por ser pequeno e ter um custo baixo quando produzido em escala, o novo dispositivo pode ser instalado não apenas nas bombas, mas em todos os elos produtivos da cadeia, como usinas, caminhões de transporte ou mesmo nos carros dos consumidores finais”, afirmou Bufon à Assessoria de Comunicação do CNPEM.

Além de atestar se o produto está de acordo com as especificações da Agência Nacional do Petróleo (ANP), outro benefício do dispositivo eletrônico em relação às tecnologias tradicionais é a possibilidade de conexão com a internet, dentro do conceito de internet das coisas (IoT, da sigla em inglês). “O dispositivo pode ser conectado à internet das coisas e poderá transferir informações em tempo real a uma rede de dados onde são acessadas de forma remota. Isso abre a possibilidade de se criar aplicativos que informam a qualidade do etanol em um conjunto de postos de combustível, por exemplo”, explica Bufon.

A tecnologia está patenteada e pronta para ser adotada pela indústria. “Nossa expectativa é que o sensor esteja disponível no mercado em cerca de dois anos”, completa. Adicionalmente, o sensor também pode ser utilizado para medir o nível de álcool em produtos de limpeza e bebidas alcoólicas.

Fonte: Agência Fapesp

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