O CARRETEIRO - Graneleiro Volvo do futuro já transporta grãos no Brasil

O CARRETEIRO - Graneleiro Volvo do futuro já transporta grãos no Brasil

20 de setembro, 2021

A Volvo está testando na rota centro-Oeste terminais portuários um avançado conjunto bitrem do futuro formado por cavalo um mecânico FH diferente, com vários itens ainda não existentes na linha normal de caminhões da marca. Da mesma forma, são também inéditos no mercado brasileiro, e carregados de tecnologia, o implemento Randon e os pneus Continental de toda a composição.

As primeiras diferenças que chamam atenção são rapidamente notadas no desenho da cabine, do semirreboque bitrem aerodinâmico de 9 eixos e 22 pneus. Na composição tradicional essa composição conta com 34 pneus. A escolha de um caminhão graneleiro se deve à força do agronegócio e sua importância no emprego de caminhões do transporte de grãos.

O projeto foi desenvolvido pelas engenharia brasileira e mundial da marca, além de parcerias com a Randon, Hyva e Continental. Estas duas últimas participaram com soluções no implemento, sistema hidráulico e pneus.
A cabine, com câmeras no lugar dos espelhos retrovisores com imagens exibidas em telas internas proporcionam alcance e visibilidade maior que os espelhos. O teto é mais baixo e 250 mm mais longa, permitindo a instalação de uma cama maior, além de os defletores terem o dobro do tamanho dos encontrados no FH convencional.

O motor é uma evolução dos modelos atuais a diesel. Trata-se de um propulsor com a mesma tecnologia utilizada pela Volvo na Europa, identificada com I-Save, cujas melhorias são provenientes de pistões com novo desenho que concentra a queima do combustível no centro dos cilindros resultando em redução de consumo.

Esta tecnologia inclui um sofisticado sistema de turbocompressor que gera torque extra e possibilita menor rotação do motor em velocidade de cruzeiro em trechos de longas distâncias, uma condição ideal para a característica de operação de caminhões graneleiros.

O estradeiro em teste da Volvo traz também um novo conceito de troca de óleo lubrificante, por diferença de pressão e não por gravidade como é conhecida. Segundo a montadora, dessa forma o processo é mais rápido, limpo e seguro.

O sistema permitiu a redução de três para dois filtros. O óleo lubrificante também é diferente, menos viscoso e com maior facilidade de circulação pelo motor, lubrificando mais rapidamente e também contribuindo para a redução de consumo de combustível.

Outro diferencial está no entre-eixos, que baixou para a 3.000 mm, posicionando o semirreboque mais perto da cabine para reduzir a resistência ao ar. Essa mudança exigiu realocação da caixa de baterias e do tanque de Arla32.

As molas da suspensão dianteira são 30 quilos mais leves, assim como outras soluções que contribuíram para aumentar a aerodinâmica e reduzir peso do conjunto. São elas, saias laterais, extensores das portas, calotas e rodas de alumínio.

O veículo conta com sistema próprio de geração de energia através de um painel fotovoltaico para captação de energia solar. Capacitores de grande potência bastecem os componentes eletrônicos e garantem aumento da vida útil das baterias.

Outra novidade é a utilização de uma peça feita em impressora 3D, dando mais agilidade ao pós-venda e antecipando uma tendência que deverá ser gradativamente adotada. Trata-se de um encaixe do suporte do paralama traseiro. Impressa em alumínio, a peça mantém as características do componente original.

Pneus inteligentes desenvolvidos para oferecer baixa resistência ao rolamento, saias laterais, extensores das portas, calotas e rodas de alumínio contribuem para redução de consumo de combustível.

“A Volvo é uma marca focada em inovação. Esse caminhão é um laboratório sobre rodas, onde vamos testar tecnologias que chegarão aos veículos de série no futuro. Esse é o primeiro caminhão-conceito construído no Brasil, para a realidade do transporte que temos aqui”, declarou Fabrício Todeschini, diretor de engenharia de veículos da Volvo no Brasil.

O graneleiro conceito da Volvo antecipa tecnologias também em implementos, em sistemas hidráulicos em pneus. A Randon Implementos, por exemplo, desenvolveu um rodotrem basculante batizado de Concept Trailer com várias inovações.

Com uma tonelada a menos de peso, o implemento apresenta novidades como a caixa de carga construída com perfis de alumínio dispostos de forma horizontal e unidos por adesivo estrutural. Esta soluação elimina parte do uso de solda.

Sem colunas e com defletores, esse semirreboque apresenta arraste reduzido e oferece mais segurança com um dispositivo antitombamento que ajuda a corrigir a trajetória em condições de risco. Além disso, o conjunto identifica quando o trailer não está carregado e suspende automaticamente os eixos, reduzindo o desgaste dos pneus e o consumo de combustível.

O semirreboque tem também sensores e câmera de ré interligados ao sistema de freios, com atuação automática quando detecta obstáculos na área de manobra.
Já a operação de acoplamento e desacoplamento do cavalo mecânico é feito por levantamento elétrico graças a sensores nas quintas rodas. E a operação de enlonamento da carga é feita por um sistema totalmente automatizado acionado por controle remoto.

Sem colunas e com defletores, esse semirreboque de desenho aerodinâmico apresenta arraste reduzido e oferece mais segurança com um dispositivo antitombamento.

O diretor geral da Randon Implementos, Sandro Trentin, conta que pela primeira vez os projetos de um rodotrem e de um caminhão foram feitos em conjunto, um pensando no outro, com ganho de eficiência em combustível, conectividade e interface com o usuário. “ Da construção ao próprio design mais aerodinâmico, é diferente de tudo o que há no mercado”, declarou.

Os pneus do caminhão conceito da Volvo são inteligentes. São produtos da família Conti Light Pro desenvolvidos para oferecer baixa resistência ao rolamento. Contam com tecnologia digital para medição de pressão interna e temperatura em tempo real, por meio de sensores internos instalados nos pneus.

Para isso, tanto o cavalo-mecânico quanto o trailer são equipados com antenas e receptores da Continental. A empresa destaca a importância das informações para que a gestão e manutenção preventiva dos pneus sejam realizadas de maneira mais efetiva, prolongando a vida útil, reduzindo o consumo de combustível e as emissões de CO₂.

O motorista é alertado com sinais sonoros e alerta visuais sobre eventuais problemas nos pneus pelo display no painel do caminhão. Outro ponto a ser destacado é que ao invés de 34 pneus, esse graneleiro bitrem de 9 eixos utiliza apenas 22, reduzindo o peso da composição.

Segundo a Continental, outras vantagens desta configuração com menor número de pneus é o aumento da capacidade de carga do veículo, e devido aos compostos utilizados na banda de rodagem oferecem menor resistência ao rolamento e redução do consumo de combustível.

“A solução digital da Continental vai ao encontro das principais metas do caminhão conceito da Volvo. Com o monitoramento da pressão e da temperatura os pneus estão menos suscetíveis a danos que podem vir a causar acidentes ou paradas durante o trajeto”, afirmou Renato Martins, executivo da Continental Pneus Mercosul.

Outra novidade do graneleiro conceito está no basculamento da caçamba, resultado de uma solução desenvolvida pela empresa Hyva. Para aliviar os cerca mais de 300 em equipamento hidráulicos instalados no cavalo mecânico, os engenheiros e técnicos criaram uma estação hidráulica externa.

“Somente com essa mudança foi possível diminuir cerca de 350 quilos em equipamentos hidráulicos instalados no cavalo mecânico. É uma solução pioneira e totalmente nova no setor”, explicou o diretor presidente da Hyva do Brasil, Rogério de Antoni.

Nesta solução, que usa menos óleo, os transportadores de grãos donos de grandes frotas de caminhões podem instalar unidades hidráulicas estacionárias nos portos e pontos de descarga já previamente conhecidos.

De acordo com o executivo, o funcionamento é bastante simples: basta o operador ligar as mangueiras móveis do kit hidráulico externo às conexões do rodotrem. “Os trailers então basculam e despejam a carga para ser depositada nos silos ou depósitos subterrâneos’, finalizou.

Fonte: O Carreteiro Fonte: Divulgação

 

 

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