Inflação de abril é a maior em 29 anos, mas abaixo da expectativa do mercado
29 de abril, 2022
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de abril foi de 1,73%, ficando 0,78 ponto percentual (p.p.) acima da taxa de março (0,95%). Porém, o índice ainda está abaixo do que previa o mercado, que esperava até 1,9%. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (27/4) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
É a pior variação do índice em 27 anos ou desde abril de 1995, quando se registrou inflação de 1,95%.
“Veio abaixo da nossa estimativa de 1,9%, mas mesmo assim é um índice elevado sendo a maior variação mensal desde fevereiro de 2003 e a maior para um mês de abril desde 1995 segundo o IBGE”, disse a Necton Consultoria.
Os vilões continuam sendo o grupo alimentação (2,25%) e transportes (3,43%). Além da gasolina, a alta nas tarifas de táxi contribuiu para a subida.
A variação mensal fez com que a taxa em 12 meses atingisse 12,03% contra 10,79% do acumulado até o mês de março.
“Apesar do número elevado, há, agora, a perspectiva mais clara de que podemos estar de fato chegando no pico da inflação, uma vez que, para maio, não devemos ter altas de combustíveis (uma vez que já está sendo plenamente absorvida agora) e podemos ter uma alta menor. Não quero com isso apontar que a inflação irá melhorar, mas em termos relativos pode ser ‘menos pior’ em 12 meses. Mantemos nossa projeção de IPCA para o fim de 2022 em 8,06%”, disse André Perfeito, economista-chefe da Necton.
A MAG investimentos estimou o IPCA de abril em 1,84%. “Cabe destacar, também, a piora no índice de difusão (% da cesta de bens e serviços do IPCA-15 que mostraram alta no mês), ao passar de 75,5% para 78,7%, o que indica uma inflação bem dispersa”, explica Felipe Rodrigo de Oliveira, economista da MAG.
A perspectiva para os próximos meses é de desaceleração na inflação mensal, dados o início da bandeira verde para energia elétrica em abril, uma menor alta dos alimentos, além de menor aceleração nos combustíveis.
IPCA
Essa foi a maior variação mensal do IPCA desde fevereiro de 2003 (2,19%) e a maior variação para um mês de abril desde 1995, quando o índice foi de 1,95%.
No ano, o IPCA-15 acumula alta de 4,31% e, em 12 meses, de 12,03%, acima dos 10,79% registrados nos 12 meses anteriores. Em abril de 2021, a taxa foi de 0,60%.
Fonte: Correio Braziliense Foto: Divulgação