GP - PIB brasileiro recua 0,1% no segundo trimestre, diz IBGE
01 de setembro, 2021
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil teve uma retração de 0,1% no segundo trimestre de 2021, na comparação com o período imediatamente anterior. O resultado vem abaixo do esperado por economistas, que projetavam ligeira alta, após o significativo resultado do primeiro trimestre, quando houve crescimento de 1,2%.
A maior queda foi do setor agropecuário (-2,8%), seguida pela indústria (-0,2%). Já serviços cresceram 0,7%. Os números foram divulgados nesta quarta-feira (1°) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que classifica o resultado como "estabilidade".
"O PIB ficou estável no segundo trimestre em relação ao primeiro, praticamente no mesmo nível pré-pandemia, mas 3,2% abaixo do pico da série, que ocorreu no quatro trimestre de 2014", diz Rebeca Palis, coordenadora de contas nacionais do IBGE.
"A agropecuária é prejudicada pela entrada da safra de café, com perspectivas de queda de produção por causa da bianualidade negativa. E a indústria, com a queda na indústria de transformação, por conta do encarecimento dos insumos e da falta deles, e a energia elétrica, água, luz e esgoto prejudicados por causa da crise hídrica", explica.
Frente ao segundo trimestre de 2020, auge dos efeitos econômicos provocados pela pandemia do coronavírus, o PIB apresentou crescimento de 12,4%.
No consolidado do primeiro semestre, o indicador acumula alta de 6,4%. Já no acumulado dos últimos quatro trimestres, terminados em junho de 2021, o PIB cresceu 1,8%.
Pela chamada ótica da demanda, o consumo das famílias ficou estável (0%), enquanto a despesa de consumo do governo cresceu 0,7% em relação ao trimestre anterior. Já a formação bruta de capital fixo, que representa o investimento produtivo, teve queda de -3,6%.
"O consumo das famílias ficou estável beneficiado pelos programas de apoio do governo, pela melhora no emprego e também pelo aumento do crédito a pessoas físicas. Mas, por outro lado, houve aumento na inflação, o que prejudicou a massa salarial real disponível na mão das famílias para o gasto, e a taxa de juros aumentou também nesse período", analisa a coordenadora do IBGE.
"Os investimentos caíram muito por causa do menor influxo de bens de capital no país devido ao programa do Repetro e também pela menor produção na indústria automotiva, especialmente pela falta de componentes eletrônicos".
De acordo com o Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central (BC) na segunda-feira (30), a expectativa de economistas é que em 2021 o crescimento do PIB seja de 5,22%. A previsão é menor do que a da semana anterior, quando índice projetado era de 5,27%, e representa a terceira revisão consecutiva para baixo nas projeções.
Fonte: Gazeta do Povo Foto: Divulgação