Governo quer 'bolsa-caminhoneiro' para adiar crise dos combustíveis em ano eleitoral, avalia Alvaro
30 de maio, 2022
Diante da perspectiva de desabastecimento do diesel prevista para o segundo semestre deste ano pelo Conselho de Administração da Petrobras, o governo Bolsonaro vem "girando em círculos" para prevenir que a crise dos combustíveis comprometa o ano eleitoral.
É o que avalia o colunista do jornal "O Globo" Alvaro Gribel em entrevista a Renata Lo Prete. No episódio #716 do podcast O Assunto, ele e o economista Fernando Camargo discutem o custo da crise para a relação entre Bolsonaro e os caminhoneiros.
"O que o governo está tentando fazer agora é dar uma bolsa-caminhoneiro, um vale que teria um custo de R$ 1,5 bilhão - uma coisa que poderia ser acomodada no orçamento para que você consiga de novo empurrar esse problema até depois das eleições", explica.
"Uma paralisação seria péssima para a tentativa de reeleição de Bolsonaro, mas não são muitas as opções que ele tem. A gente vive um problema de escassez do diesel e ele está tentando essa solução de dar uma bolsa no valor de cerca de R$ 400. [ O valor] poderia ser acomodado dentro do orçamento e dentro das regras fiscais que o Brasil tem - a lei de responsabilidade fiscal e também a regra do teto de gastos. Se fosse dar um subsídio muito grande, Bolsonaro ficaria preso por essas essas duas amarras que o país tem para tentar evitar que as contas públicas saiam totalmente do controle".
Fonte: G1 Foto: Divulgação