G1 - PIB do Paraná tem queda de 7,52% no segundo trimestre de 2020, diz Ipardes
14 de outubro, 2020
O Produto Interno Bruto (PIB) do Paraná registrou queda de 7,52% no segundo trimestre de 2020, em comparação com o mesmo período do ano anterior.
O resultado foi divulgado pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), da Secretaria de Estado do Planejamento e Projetos Estruturantes. O resultado do estado foi negativo, mas menor que a queda nacional, de 9,7%.
No trimestre anterior, antes dos reflexos da pandemia do novo coronavírus, o PIB do Paraná teve crescimento de 2,3%, impulsionado pela safra de grãos, conforme o Ipardes.
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O PIB representa a soma dos valores dos bens e serviços finais produzidos em determinado período e serve para medir a evolução da economia.
De acordo com o Ipardes, o PIB do estado, no segundo trimestre, foi de R$ 109,22 bilhões. No trimestre anterior, a soma foi de R$ 128,92 bilhões.
O instituto aponta que as medidas de distanciamento, necessárias ao controle da pandemia, influenciaram no resultado negativo, entre abril e junho.
Setores
A agropecuária, assim como no trimestre anterior, demonstrou vigor apesar da crise e teve, no segundo trimestre, alta de 9,36%, impulsionada pelos bons números da safra de grãos e pela retomada das exportações (principalmente para a China, que voltou a crescer e a comprar).
Entretanto, o avanço do setor agropecuário não foi suficiente para manter o resultado do estado, diante de retração em todos os outros setores, na comparação com o mesmo período do ano anterior.
A indústria, que engloba os segmentos de transformação, construção civil e serviços industriais de utilidade pública (como energia elétrica e água), registrou queda de 13,31% no trimestre.
O setor de serviços representou queda de 7,36% no período, comparado ao segundo trimestre de 2019.
No acumulado do ano, considerando os dois primeiros trimestres, o PIB paranaense encolheu 2,45%.
O economista Murilo Schmit disse que o resultado do Paraná reflete em desemprego e fechamento de empresas.
O especialista comentou que acredita que houve pessimismo nos meses de auge da pandemia, mas que as medidas de auxílio emergencial e o socorro a empresas por meio de linhas de crédito funcionaram em parte.
A retomada, segundo ele, pode vir no próximo ano, mas ainda é cedo para dizer quando o estado e o país devem conseguir compensar o estrago imposto pela crise do novo coronavírus.
"Nós, certamente, nos recuperaremos. O PIB vai retomar uma trajetória de crescimento. Agora, quanto tempo vai levar para que voltemos ao nível de janeiro de 2020, é muito cedo para saber ainda", comentou.
Fonte: G1 Foto: Divulgação