G1 - Economistas do mercado sobem estimativa de inflação para 5,15% em 2021 e veem alta maior do PIB
17 de maio, 2021
Os analistas do mercado financeiro elevaram a estimativa de inflação em 2021 pela sexta semana seguida e também passaram a projetar uma expansão maior da economia. As informações constam do relatório "Focus", divulgado nesta segunda-feira (17) pelo Banco Central (BC).
Os dados foram levantados na semana passada, em pesquisa com mais de 100 instituições financeiras. Para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, a expectativa do mercado para este ano subiu de 5,06% para 5,15%.
A previsão de inflação do mercado continua acima da meta central deste ano, de 3,75%, e se aproxima cada vez mais do teto do sistema de metas: 5,25%. Pelo sistema vigente no país, a meta de inflação será considerada cumprida se ficar entre 2,25% e 5,25% em 2021.
A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia.
Em 2020, pressionado pelos preços dos alimentos, o IPCA ficou em 4,52%, acima do centro da meta para o ano, que era de 4%, mas dentro do intervalo de tolerância. Foi a maior inflação anual desde 2016.
Para 2022, o mercado financeiro elevou de 3,61% para 3,64% a estimativa de inflação. No ano que vem, a meta central de inflação é de 3,50% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2% a 5%.
Produto Interno Bruto
No caso do Produto Interno Bruto de 2021, os economistas do mercado financeiro subiram a estimativa para alta de 3,21% para 3,45%. Foi a quarta alta seguida do indicador.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.
Para 2022, o mercado subiu a previsão de alta do PIB de 2,33% para 2,38%.
A expectativa para o nível de atividade foi feita em meio à pandemia da Covid-19, que derrubou a economia mundial em 2020 e continua sendo um fator de desgaste em 2021.
Taxa básica de juros
O mercado financeiro manteve em 5,50% ao ano a previsão para a Selic no fim de 2021. Para essa previsão se confirmar, haverá novas altas na taxa de juros neste ano.
Em março, na primeira elevação em quase seis anos, a taxa básica da economia foi aumentada pelo BC para 2,75% ao ano. E, na semana passada, o Copom elevou o juro para 3,5% ao ano.
Para o fim de 2022, os economistas do mercado financeiro elevaram a expectativa para a taxa Selic de 6,25% para 6,50% ao ano, o que pressupõe uma alta maior do juro básico no próximo ano.
Outras estimativas
Dólar: a projeção para a taxa de câmbio no fim de 2021 recuou de R$ 5,35 para R$ 5,30. Para o fim de 2022, caiu de R$ 5,40 para R$ 5,35 por dólar.
Balança comercial: para o saldo da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações), a projeção em 2021 permaneceu em US$ 64 bilhões de resultado positivo. Para o ano que vem, a estimativa dos especialistas do mercado subiu de US$ 55 bilhões para US$ 56,5 bilhões de superávit.
Investimento estrangeiro: a previsão do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil neste ano permaneceu em US$ 55 bilhões. Para 2022, a estimativa continuou em US$ 63,5 bilhões.
Foto: G1 Foto: Divulgação