G1 - Desaceleração mundial e atividade local fraca tiram fôlego do comércio exterior do Brasil
09 de setembro, 2019
A desaceleração da economia internacional e o marasmo da atividade local estão afetando o ritmo de venda e compra de produtos do Brasil. Neste ano, entre janeiro e agosto, a corrente de comércio do país somou US$ 265,7 bilhões e está quase 5% menor do que o observado no mesmo período de 2018.
Resultado da soma das exportações e importações, a corrente de comércio é considerada um importante termômetro da atividade econômica. Se a queda se confirmar ao longo do ano, será o primeiro recuo desde 2016, quando a economia brasileira enfrentava um quadro de recessão.
Quais são os números que mostram a fraqueza do comércio do Brasil:
Neste ano, as exportações recuaram 5,9%, influenciadas pela redução de preços das commodities (produtos básicos, como soja e minério de ferro) e pela crise na Argentina;
No mesmo período, as importações caíram 3,4% por conta da fraqueza da economia brasileira, que faz com que empresários demandem menos produtos.
As exportações estão sendo prejudicadas pela desaceleração do crescimento econômico mundial. Para 2019, o Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que Produto Interno Bruto (PIB) global cresça 3,3%, resultado mais fraco que do ano passado, quando a alta foi de 3,6%
O ritmo da economia mundial tem decepcionado diante das incertezas provocadas pela guerra comercial travada entre Estados Unidos e China. O crescimento mais baixo da economia global reduz os preços das commodities e o volume demandado pelos países compradores de produtos básicos, afetando diretamente o Brasil.
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A pauta de exportação brasileira é bastante dependente das commodities, e a China é a maior compradora.
Na lista de itens mais vendidos pelo Brasil, por exemplo, estão soja, petróleo e minério de ferro.
"A maioria das commodities registrou queda nos preços", afirma o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro. "As commodities estão fracas e podem enfraquecer ainda mais, com a desaceleração da China".
O Índice de Commodities (IC-BR), do Banco Central, deixa evidente essa perda de valor. De setembro de 2018 a agosto deste ano, o índice acumula queda de 8,9%.
Fonte: G1 Foto: Rede Amazônica Roraima/ Reprodução