Força-tarefa desarticula quadrilha especializada em roubo de cargas

Força-tarefa desarticula quadrilha especializada em roubo de cargas

24 de fevereiro, 2017

Força-tarefa desarticula quadrilha especializada em roubo de cargas

Os roubos aos transportadores eram financiados por empresários proprietários de estabelecimentos comerciais. Foto: Divulgação/PRF

A Operação Hicsos, deflagrada pela PF (Polícia Federal), pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) e pela Polícia Militar de Goiás nesta quarta-feira (22), desarticulou uma quadrilha especializada em roubo de cargas. Segundo as investigações, o bando realizava cerca de 25 roubos por mês, gerando um prejuízo que chega a R$ 30 milhões.

Conforme a Polícia Federal, os roubos aos transportadores eram financiados por empresários proprietários de estabelecimentos comerciais, como postos de combustíveis, supermercados e distribuidoras de alimentos e bebidas. Eles pagavam cerca de metade do valor pela carga e o produto era revendido normalmente aos consumidores finais. "Nos surpreende porque somos, muitas vezes, consumidores desses comerciantes, considerando que estamos tratando de redes de supermercados, de postos de gasolina... Portanto, é uma ação que tem toda uma estrutura organizacional muito bem definida", comenta o superintendente da PF em Goiás, Umberto Ramos Rodrigues.

A ação, que mobilizou 350 policiais, cumpriu 30 mandados de prisão preventiva, 29 de busca e apreensão e 12 de condução coercitiva. Além disso, foram realizadas quatro prisões em flagrante por porte ilegal de arma de fogo. A operação foi realizada nas cidades de Goiânia, Anápolis, Aparecida de Goiânia, Trindade, Bela Vista, Leopoldo de Bulhões, Alexânia, Morrinhos, Campos Belos - no estado de Goiás, além do Distrito Federal.

Os bandidos chegavam a montar falsas barreiras policiais para parar os caminhões. Quando consideravam que a carga era de alto valor, anunciavam o assalto. Eles utilizavam até tecnologia para evitar o rastreamento dos veículos. "Utilizavam, de maneira frequente, bloqueadores dos rastreadores, impedindo que essa carga fosse acompanhada pelas organizações de segurança que atuam junto às empresas", destaca Umberto Ramos.

Os investigadores descobriram, ainda, que o dinheiro arrecadado pelos bandidos financiava outras atividades criminosas, como tráfico de drogas e de armas e roubos a bancos.

Os presos responderão pelos crimes de roubo qualificado, cárcere privado, lavagem de dinheiro, organização criminosa, tráfico de drogas e receptação.

Operação Hicsos

A operação foi batizada de Hicsos em alusão a um povo asiático que invadiu a região oriental do delta do rio Nilo, no Egito Antigo, cerca de dois mil anos antes de Cristo. Segundo a PF, a referência se deve ao fato de os hicsos terem sido conhecidos, na antiguidade, como saqueadores e ladrões.

No RS, delegado e comissário de polícia financiavam roubos de cargas. Já no Rio Grande do Sul, uma investigação do Ministério Público em parceria com a Polícia Civil descobriu que um delegado da Polícia Civil e um comissário aposentado financiavam grupos criminosos que praticavam roubos de cargas, receptação e estelionatos.

Os valores eram repassados por meio de conta corrente de terceiros e empresas de fachada. Em contrapartida, o delegado e o comissário aposentado recebiam parte dos lucros do crime. A apuração do MPRS já identificou a lavagem de R$ 1,1 milhão.

Fonte: Natália Pianegonda/Agência CNT de Notícias

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