CNT - Federações atuam para reduzir o passivo ambiental do setor de transporte

CNT - Federações atuam para reduzir o passivo ambiental do setor de transporte

09 de maio, 2018

Em uma realidade em que a sustentabilidade deixa de ser apenas um diferencial competitivo, tornando-se indispensável para o futuro do planeta, o setor de transporte brasileiro adota a responsabilidade socioambiental como a base para a sua atuação. O Despoluir - Programa Ambiental do Transporte, desenvolvido pela CNT e pelo SEST SENAT há dez anos, é um desses exemplos. Além do projeto de verificação da qualidade da fumaça emitida pelos veículos, que já ultrapassou a marca de 2 milhões de avaliações, o programa conta com outras iniciativas realizadas pelas federações do transporte rodoviário de cargas e de passageiros para minimizar o impacto ambiental causado pela atividade transportadora.

A Fetronor (Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Nordeste), por exemplo, instituiu um programa de verificação dos passivos ambientais das garagens de todas as empresas associadas para disponibilizar um relatório a respeito de práticas adotadas, tais como tratamento de água e de lixo, lavagem dos ônibus e reaproveitamento do óleo diesel e de pneus. “A intenção é que, a partir do mapeamento, as empresas mudem certas atitudes. Trata-se de um problema sério e temos que encará-lo”, explica o presidente da federação, Eudo Laranjeiras.

Outra ação relevante é o convênio com a Secretaria de Educação para introduzir o tema sustentabilidade nas escolas da rede pública do estado do Rio Grande do Norte. A federação apresenta algumas áreas de prevenção ambiental para jovens entre 8 e 14 anos, uma vez por mês, explicando a importância da conservação dessas regiões. No mesmo dia, realiza visitação às garagens dos ônibus das empresas e convida as crianças e os adolescentes a produzirem uma redação sobre o tema. “O meio ambiente é para todos, e sentimos a necessidade de ampliar nosso escopo de atuação”, comemora Laranjeiras.

A Fetergs (Federação das Empresas de Transportes Rodoviários do Estado do Rio Grande do Sul) desenvolve ações de estímulo às empresas para captação da água da chuva para a lavagem dos veículos. De acordo com o presidente da federação, Pedro Antonio Teixeira, na Planalto Transportes Ltda., por exemplo, quando a medida não havia sido implementada, eram utilizados cerca de 450 litros de água nova para a limpeza de apenas um ônibus. Atualmente, a empresa utiliza apenas 60 litros de água nova por veículo.

“Houve redução do consumo depois da aquisição de um depósito de 300 mil litros d’água”, explica Teixeira.
Já a Viação Ouro e Prata utiliza água do sistema de ar condicionado para limpar os parabrisas dos veículos e instituiu um sistema de descarga automática dos sanitários dos ônibus. De acordo com o presidente, outra medida que vem dando resultado é a premiação para motoristas que dirigem de forma econômica.

Mensalmente, os melhores condutores recebem algum tipo de prêmio para se sentirem estimulados a poluírem menos no ato da direção.

A Fetransportes (Federação das Empresas de Transportes do Estado do Espírito Santo) trabalha na elaboração de um plano de segurança para as rodovias a ser apresentado ao governo do estado. A ideia surgiu após um acidente que matou 22 pessoas e deixou mais de 20 feridos, em junho de 2017, em Guarapari, na Grande Vitória, na BR-101. Uma das linhas de ação é justamente a preservação ambiental no momento da construção das rodovias.

“Ao decidirmos mudar o traçado, temos que tentar encontrar um equilíbrio para não afetar o meio ambiente. Uma proposta é a construção de elevados, que, além de melhorarem a segurança, não geram desmatamento”, explica o presidente Jerson Pícoli. Além disso, a federação participa de câmaras e conselhos relacionados ao meio ambiente no estado. “Todas os órgãos realizam ações de controle de derivados de petróleo, além de incentivar o reaproveitamento de água”.

Prêmios ambientais

Com o intuito de estimular práticas de gestão ambiental junto às empresas de transporte, as federações também promovem premiações anuais para os transportadores que efetuam ações sustentáveis e inovam na gestão ambiental.

A Federação das Empresas de Transportes do Estado do Espírito Santo, realiza QualiAr (Prêmio Fetransportes de Qualidade do Ar). “Esse tipo de iniciativa funciona como uma relação ganha-ganha, em que população e empresas são as mais beneficiadas. Com menos poluição, os veículos rodam de forma mais eficaz. Além disso, as pessoas respiram um ar com mais qualidade”, acrescenta Jerson Pícoli, presidente da federação.  

Já a Fetergs (Federação das Empresas de Transportes Rodoviários do Estado do Rio Grande do Sul) aderiu ao Prêmio Gaúcho Despoluir em 2014. O número de empresas participantes passou de 126, naquele ano, para 160, em 2017. Um dos requisitos do Prêmio é que as empresas preencham 80% dos critérios ambientais estabelecidos pelo Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente).

Entre as premiações ambientais, destacam-se ainda o Melhor Ar - Prêmio Fetcemg de Qualidade do Ar, realizado pela Federação das Empresas de Transportes de Carga do Estado de Minas Gerais; o Prêmio Regional Excelência em Meio Ambiente, promovido pela Fetracan (Federação das Empresas de Transporte de Cargas e Logística do Nordeste); o Prêmio Fetram de Qualidade do Ar, da Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado de Minas Gerais; e o Prêmio TransportAr de Responsabilidade Ambiental, promovido pela Fetronor (Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Nordeste).

Fonte e Foto: Divulgação

 

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