CNT - Brasil e México passam a ter livre comércio de veículos
25 de março, 2019
Assinado originalmente em setembro de 2002, Brasil e México renovaram o acordo bilateral para comercialização de veículos e autopeças com uma alteração importante. Desde a semana passada, o comércio entre os dois países passou a ser livre, ou seja, montadoras poderão exportar e importar veículos sem quaisquer barreiras alfandegárias ou cotas que limitem quantidade.
A etapa anterior do acordo, firmada em 2015, trabalhava com um sistema de cotas para importação e exportação cujos valores aumentavam 3% ao ano. A cota foi encerrada a US$ 1,7 bilhão para cada nação. O novo acordo é válido para automóveis e comerciais leves. Caminhões e ônibus só passarão a ter o livre comércio a partir do ano que vem.
Segundo especialistas, o fim da política de cotas impulsionará os negócios da indústria automobilística, mas deixa dúvidas em relação à sua efetividade. Eles alegam que a limitação surgiu justamente de um desequilíbrio comercial entre os dois países. Houve um período nesta década em que o volume de veículos importados era razoavelmente maior que o de exportados. Sem limite de envios, as montadoras optavam por produzir no país latino para também abastecer o mercado norte-americano.
De acordo com a nova medida, as montadoras podem comercializar quantas unidades quiserem de qualquer modelo disponível. Para o consumidor, isso pode representar maior competitividade entre as marcas – e até eventuais reduções nos preços de alguns modelos.
Também podem ser lançados, a partir de agora, produtos que, antes, não eram considerados em decorrência das cotas. O livre comércio, porém, pode novamente causar um desequilíbrio nessas movimentações e até fazer com que empresas optem por investir no México, já que o Custo Brasil é superior.
Em nota, a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) declara que o setor, em geral, é favorável à abertura comercial, mas espera que isso venha acompanhado de ganhos no nível de competitividade no país.
A entidade alerta para “a possibilidade de perda de alguns futuros projetos para a indústria mexicana, em detrimento de investimentos locais, caso o Brasil ainda não atinja rapidamente o mesmo nível de competitividade deste e de outros potenciais parceiros comerciais”.
Fonte: CNT Foto: Adobe Stock