Brasil recebe Arara-azul apreendida na Argentina
06 de abril, 2017
Brasil recebe Arara-azul apreendida na Argentina
Uma arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari) apreendida em 2007, em Buenos Aires, na Argentina, será repatriada ao Brasil, nesta quarta-feira (5). A ação ocorre após acordo envolvendo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), embaixadas e ministérios do Meio Ambiente dos dois países.
“É muito importante a gente ter esse intercâmbio com os países vizinhos para a conservação das espécies brasileiras ameaçadas. Brasil e Argentina têm uma relação muito positiva na questão ambiental”, disse o secretário de Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente (MMA), José Pedro de Oliveira Costa.
Já o diretor do Departamento de Conservação e Manejo de Espécies do MMA, Ugo Vercillo, explica que o governo da Argentina entrou em contato com o Brasil para repatriar a ave. No entanto, foi necessário aguardar o julgamento do crime ambiental tramitar na justiça da Argentina para que a devolução pudesse ser concluída. Nesse período, a arara foi custodiada pela justiça no Zoológico de Buenos Aires.
“Essa repatriação é um marco. Ela demonstra o interesse e cooperação dos dois países para preservação e conservação da espécie”, destacou o diretor.
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente (MMA), o Brasil e Argentina são signatários da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Flora e da Fauna Selvagens Ameaçadas de Extinção (Cites). A ação tem como objetivo controlar o comércio de fauna e flora silvestres.
Arara-azul
O Brasil conta atualmente com uma população de 1.358 araras-azuis-de-lear na natureza. Endêmica da Caatinga, no nordeste da Bahia, a ave está em perigo de extinção.
O Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (Cemave) é responsável pela Coordenação do Plano de Ação Nacional (PAN) para a conservação da arara-azul-de-lear e pelo Programa de Cativeiro, que tem como objetivo o manejo das aves para o aumento da população cativa.
O PAN identificou como principal ameaça a esses animais a perda de habitat e recursos, especialmente da palmeira licuri, principal alimento da espécie. Essa ameaça é agravada pela retirada de aves da população nativa, tanto pelo tráfico de animais silvestres, quanto pelos conflitos com a população humana local.
Fonte: Portal Brasil, com informações do MMA