Em meio a quarentena, despachantes que atuam na área de trânsito em Curitiba impõem lucro de 100% para os serviços do Detran do Paraná. Como o órgão está com as atividades paralisadas em decorrência da pandemia do coronavírus, apenas os despachantes autorizados podem viabilizar a obtenção de documentos como transferência de veículos; emissão do Certificado de Registro de Veículo (CRV); entre outros documentos que dependem de questões burocráticas.

O valor da transferência de veículos, que custava em torno de R$ 300 a R$ 400, já com as placas instaladas, dobrou de preço: os despachantes estão cobrando, mais de R$ 600. Lojas de veículos que precisam fazer a transferência dos carros revendidos para que o comprador possa financiar o automóvel, por exemplo, não podem aguardar a retomada dos serviços no Detran e acabam nas mãos dos despachantes.

O engenheiro eletricista, Ricardo Helmer, comprou um carro recentemente e precisa fazer a transferência, mas, como o Detran está fechado, só consegue a documentação se pagar um despachante. Para ele, os profissionais estão se aproveitando para ganhar mais dinheiro.

O sindicato dos despachantes do estado rebate as acusações contra a categoria. O presidente da entidade, Everton Calamucci afirma que os prazos do Detran estão congelados.

Por isso, o motorista pode regularizar a situação do veículo após o fim da pandemia.

O sindicato ainda destaca que a tabela dos serviços de despachante não é reajustada há quatro anos. No entanto, além dos proprietários de veículos, outros profissionais que atuam no setor reclamam da ação dos despachantes.

O fabricante de placas automotivas Alexandre Vili de Brito disse que se sente refém de como a negociação é intermediada com os motoristas atualmente.

O presidente do sindicato dos despachantes defende a ação da categoria. Calamucci diz que a livre concorrência tornou a placa mais barata para o consumidor.

A entidade reforça que está aberta a denúncias de abuso por parte dos honorários cobrados pelos serviços. O sindicato afirma que “não comunga com essa prática” e diz que os despachantes flagrados em conduta “incompatível” podem ser submetidos ao conselho de ética da entidade e estão sujeitos a punição.

A assessoria do Detran do Paraná informou que há uma intenção de reabrir as unidades em junho, mas ainda sem uma data definida.

Fonte: BandNews Foto: Divulgação