BAND NEWS - Refinaria do PR deve ser uma das mais disputadas no processo de privatização
20 de dezembro, 2019
Com uma capacidade de processamento de 208 mil barris de petróleo por dia e responsável por 9% da capacidade total de refino do Brasil, a refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, na região metropolitana de Curitiba, é uma das mais cobiçadas pelas empresas que entraram na disputa para a compra de refinarias da Petrobras. Pelo menos 25 empresas do mundo todo estão interessadas na aquisição das primeiras quatro unidades que serão vendidas no Brasil. Os valores esperados para a venda, segundo a diretora de Refino e Gás da Petrobras, Anelise Lara, não são divulgados por questões estratégicas.
No entanto, ela fala que a Repar é uma das empresas mais desejadas pelos empresários que entraram na concorrência.
Uma das preocupações em relação à venda da Repar é a possível queda na arrecadação de tributos para o município de Araucária. Os impostos pagos pela cadeia produtiva da empresa representam mais de 80% da riqueza da cidade. Mesmo com as incertezas e inseguranças na negociação da unidade, a diretora de Refino e Gás da Petrobras fala que a economia local não deve ser afetada.
O processo de privatização também enfrenta resistência por parte dos atuais funcionários da Repar. O Sindicato dos Petroleiros do Paraná e Santa Catarina (Sindipetro) vem afirmando que as regras sobre a privatização e possíveis benefícios não são claros e os trabalhadores temem que após as negociações boa parte dos empregados seja dispensada.
Anelise Lara, no entanto, esclarece que algumas soluções já estão sendo apresentadas aos trabalhadores e reforça que os compradores têm sinalizado que pretendem absorver os profissionais que já atuam nas refinarias.
Além da Repar, neste primeiro momento, serão privatizadas a Refinaria Abreu e Lima (RNEST), em Pernambuco, a Refinaria Landulpho Alves (RLAM), na Bahia, e a Refinaria Alberto Pasqualini (REFAP), no Rio Grande do Sul. A diretora de Refino e Gás da Petrobras explica que uma mesma empresa pode comprar mais de uma unidade, no entanto, a aquisição deve ser em regiões diferentes.
Por exemplo, uma mesma interessada não pode adquirir a Repar e a Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), que fica em Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre (RS).
Segundo Anelise Lara, as duas atuam na região Sul do Brasil e uma possível aquisição conjunta formaria um monopólio na área.
De acordo com a Petrobras, até março de 2020 há uma estimativa de que todo o cronograma de venda do primeiro lote de desinvestimento esteja pronto. Já a assinatura do contrato com os compradores finais deve ficar somente para 2021. A previsão da Petrobras é de que a venda dos ativos gere um lucro entre 20 e 30 bilhões de dólares.
Anelise Lara explica que o montante deve ser investido em melhorias dentro das outras unidades da estatal e vai servir, também, para o pagamento de dívidas.
O plano de desinvestimentos da Petrobras prevê a venda de 8 refinarias. A segunda fase do processo de privatização inclui a venda da Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Minas Gerais; Refinaria Isaac Sabbá (Reman), no Amazonas; Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (Lubnor), no Ceará; e Unidade de Industrialização do Xisto (Six) no Paraná.
As 8 refinarias representam cerca de 50% da capacidade de refino nacional, totalizando um milhão e cem mil barris por dia de petróleo processado.
Fonte: Band News Foto: Divulgação/Petrobras