AE - Trabalho conjunto reduz em 76% os furtos de cargas em Paranaguá
06 de maio, 2019
O número de “vazadas” – ação em que os criminosos derramam a carga dos caminhões para furto – caiu 76% em Paranaguá, em abril, e os assaltos aos caminhoneiros diminuíram 54%, na comparação com o mês de março. A queda é resultado de uma ação conjunta das forças de segurança que atuam na cidade, em parceria com os Portos do Paraná e empresas portuárias.
O grupo, que reúne Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Ambiental, Marinha do Brasil, Corpo de Bombeiros, Guarda Municipal e Polícia Rodoviária Federal, começou a trabalhar de forma mais integrada em abril. Desde então, foram registrados cinco assaltos a motoristas de caminhão e cinco ocorrências de vazadas. “Os números falam por si e mostram que a união de esforços dá resultado”, destaca o comandante do 9º Batalhão da PM, tenente-coronel Marcos Rodrigues. Em março, foram 11 assaltos e 21 vazadas.
Segundo a Polícia Civil, 12 pessoas foram presas no mês passado e cerca de 10 toneladas de produtos apreendidas. “Estas pessoas já figuram como réus em ação penal e serão processadas, responsabilizadas por crimes de organização criminosa, receptação qualificada e furto”, disse o delegado Nilson Santos Diniz.
De acordo com as investigações, as vazadas envolvem pessoas que já foram identificadas pela polícia, especializadas em abrir a carroceria dos caminhões. Os crimes envolvem ainda adolescentes para varrer e ensacar os grãos despejados nas vias (conhecidos como carretos), que fazem o transporte da carga até os receptadores.
Integração
Os Portos do Paraná assumiram o papel de promover reuniões com entidades de segurança e empresas da comunidade portuária. O primeiro encontro com o grupo foi no final de fevereiro, com o início das ações em abril. “O porto funciona como catalisador. As instituições se integram naturalmente, tanto nas operações, quanto nas áreas de inteligência”, destaca o delegado da Polícia Rodoviária Federal Valdecir Schuster.
“A administração portuária trabalha para se integrar às demais autoridades de segurança. O objetivo desta força de segurança não é discutir quem são os responsáveis em cada caso, mas partilhar as responsabilidades”, destaca o chefe da Unidade de Segurança Portuária, major César Kamakawa.
A participação das empresas portuárias também é essencial. “É preciso que as empresas contribuam com informação, inteligência, foco no trabalho preventivo e ações internas de segurança”, salienta Edilson Nunes, representante dos operadores portuários que atuam no Corredor de Exportação e diretor do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg).
Fonte e Foto: AE