Gasolina da Petrobras fica mais barata nas refinarias a partir desta quarta
29 de julho, 2022
O preço da gasolina da Petrobras vendida às refinarias fica 3,88% mais barato a partir desta sexta-feira (29). O valor médio do litro passa de R$ 3,86 para R$ 3,71, na segunda redução consecutiva. Os preços cobrados nos demais combustíveis veiculares não foram alterados.
Na quarta-feira da semana passada, a estatal já havia reduzido em R$ 0,20 o preço médio da gasolina. Com o nove corte, o preço do combustível fica abaixo do valor que era comercializado em 10 de maio deste ano, de R$ 3,86.
A partir de segunda-feira (1º) ficarão mais baratos também os valores cobrados no querosene de aviação, na gasolina de aviação e no asfalto (leia mais ao final da reportagem).
"Essa redução acompanha a evolução dos preços de referência, que se estabilizaram em patamar inferior para a gasolina, e é coerente com a prática de preços da Petrobras, que busca o equilíbrio dos seus preços com o mercado global, mas sem o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio", destacou a companhia.
Nova diretriz para preços
Na quarta-feira, a Petrobras anunciou que o Conselho de Administração da empresa aprovou nova diretriz para a formação de preços de seus combustíveis. Segundo a companhia, a medida "incorpora camada adicional de supervisão", mas não altera a política de preços vigente, balizada pela paridade de preços internacionais (PPI), e mantém os reajustes sob responsabilidade da diretoria executiva.
A PPI foi instaurada pela Petrobras em 2016, no governo de Michel Temer. Desde então, companhia tenta parear o preço da gasolina na refinaria com o preço internacional. Ou seja, os reajustes são resultado das oscilações dos preços do petróleo e do câmbio.
Mas, mesmo com redução dos preços das commodities, o câmbio não aliviou. No fim de maio, o dólar comercial estava cotado na casa dos R$ 4,70. Hoje, opera próximo aos R$ 5,20.
Preços na bomba
Os preços de venda de combustíveis às refinarias pela Petrobras são um dos fatores de composição do preço final dos combustíveis, junto com impostos e fatia de distribuidoras e revendedores.
De acordo com a Petrobras, considerando a mistura obrigatória de 73% de gasolina A e 27% de etanol anidro para a composição da gasolina comercializada nos postos, a parcela da estatal no preço ao consumidor passou de R$ 2,81, em média, para R$ 2,70 a cada litro vendido na bomba.
De olho na eleição
Os preços dos combustíveis estão na mira do governo, onde os preços elevados têm sido vistos como obstáculo a uma possível reeleição do presidente Jair Bolsonaro.
Desde 2019, quando Bolsonaro assumiu, a presidência da estatal já foi trocada três vezes. O atual CEO da companhia, Caio Paes de Andrade, é o quarto executivo à frente da petroleira no atual governo.
Todas as trocas de gestão na Petrobras no governo de Jair Bolsonaro estiveram relacionadas à política de preços praticada pela estatal. Insatisfeito com os constantes reajustes nos preços dos combustíveis e de olho na reeleição, Bolsonaro chegou a chamar de "estupro" o lucro recorde da estatal no primeiro trimestre deste ano.
Querosene e gasolina de aviação e asfalto
A partir de 1º de agosto, a Petrobras vai colocar em vigor reduções de -2,6% nos preços médios de venda de Querosene de Aviação (QAV), de -5,7% nos preços médios de Gasolina de Aviação (GAV) e de -4,5% nos preços médios do asfalto para as distribuidoras.
"Conforme prática que remonta os últimos 20 anos, os ajustes de preços de QAV são mensais e definidos por meio de fórmula contratual negociada com as distribuidoras. O mesmo acontece com a GAV, desde 2016", diz a estatal em nota. "Em relação ao mercado de ligantes asfálticos, destaca-se que os preços deste produto possuem reajustes mensais, conforme previsto nos contratos com os distribuidores de asfaltos".
Fonte: G1 Foto: Divulgação